A Eletrobras é a maior empresa de energia da América Latina e a maior geradora de energia do Brasil. Estão ligadas à ela 48 hidrelétricas, 12 termelétricas e 2 usinas nucleares. Essa riqueza, entretanto, corre o risco de pertencer ao capital externo com a Medida Provisória 1031/2021, entregue pessoalmente pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso, na qual são autorizados os estudos para a privatização da estatal.

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) rechaçou a medida durante participação no Programa Câmara Debate. "A desestatização é uma péssima iniciativa”, critica. “Esse debate de apoio às privatizações é feito desde a década de 90, e as que foram feitas nunca resultaram em crescimento ou dinamização da nossa economia. Acredito que o Estado pode conviver bem com o setor privado, junto à insubstituível participação do setor público”, complementa.

O parlamentar, além de se posicionar contrário à privatização de setores estratégicos, avaliou negativamente a postura do governo. “Essa política de esquartejar empresas estatais para entregar ao capital externo tem sido um péssimo negócio. A experiência no setor de distribuição, produziu o que vimos no Amapá: ineficiência e apagão. Já as experiências de integração têm se mostrado eficazes. Hoje, por exemplo,  nós podemos produzir energia no Amazonas e consumir no Rio Grande do Sul, e vice-versa”, exemplifica.

“A privatização é inoportuna e vai prejudicar os interesses estratégicos do nosso país. Precisamos buscar fontes de recursos no lugar certo”, avalia Daniel, que também defende a permanência do auxílio emergencial de R$ 600 enquanto durar a pandemia. “Para enfrentar o período pandêmico, o mundo inteiro está fazendo pacotes de proteção da economia e das atividades produtivas. Os EUA destinaram US$ 1.9 trilhões, enquanto Bolsonaro quer destinar apenas R$ 44 bilhões. Não dá!”, finaliza.