Aras adotou discurso moderado, diferente da linha que vinha seguindo publicamente, e ‘deixou escapar’ que a Lava Jato tem problemas. “Defendo que a boa Lava Jato seja incorporada a todo Ministério Público (…) Pretendemos que seja reposto na Lava Jato a impessoalidade”, disse.

Ao comentar o caso, Márcio Jerry explicou alguns pontos implícitos na fala do subprocurador. “Até Aras reconhece erros da Lava Jato e necessidade de correções. Se tem a ‘boa’ Lava Jato, é porque tem a Lava Jato ‘ruim’. E se é necessário ‘repor’ a impessoalidade, é porque existe ‘pessoalidade’. Ou seja, parte importante de nossas críticas à Lava Jato são reconhecidas pelo novo PGR como corretas”, escreveu o deputado.

A legitimidade da Operação Lava Jato foi colocada em xeque após diversas denúncias de irregularidades serem reveladas pelo site The Intercept Brasil e jornais como Folha de S.Paulo e El Pais. O principal caso envolve a condenação ilegal do ex-presidente Lula, que abriu caminho para Jair Bolsonaro (PSL) vencer as eleições presidenciais.

Na sequência, o então juiz Sérgio Moro, responsável pela operação na 13ª Vara Federal de Curitiba, foi nomeado ministro da Justiça. As revelações vieram à tona apenas no início de junho.

Desrespeito à lista tríplice

Indicação de Bolsonaro para o cargo de chefe da PGR, Aras não fez parte da tradicional lista tríplice apresentada pelo Ministério Público, que sugere nomes para a função. Em votação secreta na CCJ, sua indicação recebeu 23 votos favoráveis e 3 contra. Em seguida, foi aprovada pelo plenário da Casa, por 68 votos, contra 10 e uma abstenção.

*Ascom Márcio Jerry