“É um moleque, não é um homem”. Com estas palavras o vice-líder do PCdoB, deputado Márcio Jerry (MA), classificou o comportamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, que em meio à pandemia do coronavírus, percorreu o Distrito Federal neste último domingo (29).

“É um moleque, não é um homem. Tem que enfrentar o problema, Jair Bolsonaro, como homem, como mulher que tem responsabilidade, amor à própria vida e a de seus semelhantes. Para de estupidez. Chega de agredir a saúde do povo brasileiro”, declarou o parlamentar, cobrando seriedade do mandatário.

Sem proferir qualquer manifestação de pesar pelos 141 mortos registrados no país pela Covid-19, Bolsonaro fez diversas postagens que o mostram próximo a ambulantes e simpatizantes durante a caminhada. Sem atender aos pedidos de isolamento feitos pelo próprio ministério da saúde, a atitude gerou revolta ao longo de todo o dia e também nesta segunda. Por infringir as recomendações sanitárias de todo o mundo no combate à doença, o Twitter também deletou os vídeos divulgados na conta oficial do presidente.

Nesta segunda, o Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça que aplique uma multa de R$ 100 mil ao governo federal.

Declarações

Para tentar justificar o tour, Bolsonaro chegou a dizer, logo após o passeio, que a pandemia é uma realidade, mas que todos morrerão um dia. “É uma realidade, o vírus está aí. Vamos ter que enfrentá-lo, mas como homem, p*rra”, disse o Presidente da República . “É a vida. Todos nós iremos morrer um dia”.

Sem apresentar quaisquer dados estatísticos, o mandatário ainda chegou a atribuir o aumento da violência doméstica em meio à crise ao fato de “faltar pão na casa das pessoas”. “Tem mulher apanhando em casa. Por que isso? Em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. Como é que acaba com isso? Tem que trabalhar, meu Deus do céu. É crime trabalhar?”, disse Bolsonaro aos jornalistas.

*Ascom deputado Márcio Jerry.