Bolsonaro sancionou, com vetos, nesta segunda-feira (6), a Medida Provisória 936, que permite a redução da jornada de trabalho e do salário em razão da pandemia do novo coronavírus. Entre os pontos barrados pelo governo está a prorrogação até 2021 da desoneração da folha de pagamento de empresas de 17 setores da economia.

A prorrogação havia sido incluída no texto pelos parlamentares e seu veto foi considerado pelo relator da matéria na Câmara, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), como um “grave erro”.

“Vai atingir setores econômicos que empregam milhões de brasileiros num momento crítico, e vai aumentar o desemprego”, afirmou Silva. “A economia brasileira tomará um tombo próximo aos 10%. Pela primeira vez, mais de metade da população economicamente ativa está sem trabalho. A situação é dramática. Ainda assim, Bolsonaro vetou a prorrogação da desoneração da folha e o auxílio de 600 para desempregados sem direito ao seguro. É um genocida”, completou o parlamentar.

Para ele, é fundamental que o Congresso derrube o veto presidencial. Para isso, são necessários 257 votos na Câmara e 41 no Senado, em sessão conjunta.

A desoneração permite que empresas optem por contribuir para a Previdência Social com um percentual que varia de 1% a 4,5% sobre a receita bruta em vez de recolher 20% sobre a folha de pagamento. Atualmente, entre os 17 setores beneficiados por essa desoneração estão call center, comunicação, tecnologia da informação, transporte, construção civil, têxtil.