Um bate-boca entre o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o deputado Marcos Feliciano (Pode-SP) marcou a reunião desta terça-feira (5) da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) das Fake News. A briga teve início por conta de um áudio que o pastor enviou para o presidente do PSL no Amapá, Pastor Guaracy Júnior, que foi divulgado nesta semana. Na mensagem, Feliciano pede ajuda para que o senador sofra um “espancamento virtual” em suas redes sociais.

Randolfe trouxe o áudio e o exibiu na comissão enquanto pedia a aprovação de requerimento para que Feliciano depusesse na CPMI. O deputado, por sua vez, afirmou que Randolfe estaria agindo em causa própria e que poderia levá-lo à Procuradoria Geral da República por isso. “Ele quer instrumentalizar essa comissão, instrumentalizar os colegas e usar de vingança. Ele disse que denunciaria o presidente da República por obstrução de justiça e eu disse que o crime não existia. “No áudio, eu falo espancamento, que eu quero que peguem pesado. Mas não paguei. Não contratei robôs”, argumentou.

O vice-líder do PCdoB, deputado Márcio Jerry (MA), afirmou que Feliciano “agiu com violência, ódio, falta de ética e de decoro parlamentar”. “Toda solidariedade ao senador Randolfe e repúdio absoluto à pregação de violência do deputado Marco Feliciano, pedindo às milícias digitais para ‘espancar” o senador’, declarou.

Depois de classificar como lastimável o comportamento do colega de Casa, o deputado baiano Jorge Solla (PT) afirmou que o pastor não guarda os valores básicos da religião. “A covardia desse senhor é lastimável. Não sabe ir para debate político, usa de sua tropa virtual, do submundo da ofensa na internet para atacar, sem pôr a cara, seus adversários. Ainda se roga o título de pastor. Não sustenta nenhum valor cristão”, afirmou.

No áudio vazado, Feliciano pediu para um aliado "dar um trato" no senador Randolfe nas redes sociais. "Meu querido líder Guaracy, tudo bom? Por favor, amigo, dá um abraço no pastor Jeziel. Agradece a ele por atenção, por ter saído em minha defesa. Não sou juriz igual ele (sic) , mas eu leio um pouco, né? E esse senadorzinho aí precisa de um trato, né? Se ele puder me ajudar mais… Se ele puder levantar um grupo de pessoas pra ir lá no Twitter dele ou no Facebook e espancar ele (sic) , ele começa a baixar a bola", pediu.