"Ministro, cadê o dinheiro da Educação? O problema hoje é que a universidade não tem dinheiro para funcionar. Muitos estudantes estão desesperados porque não têm dinheiro para fazer pesquisa. Precisamos debater como devolver o dinheiro do contingenciamento", disse.

Iago Montalvão prosseguiu: "Como pensar projeto de futuro se no presente as universidades não funcionam? Nós precisamos de ajuda. Precisamos urgentemente de retomar os investimentos na universidade".

O projeto “Future-se”, lançado pelo governo Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (17), visa a reestruturação do financiamento do ensino superior público, ampliando a participação de verbas privadas no orçamento universitário.

Para o líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), a proposta lançada pelo ministro reforça a postura da sua gestão que tem sido de tratar a Educação como mercadoria, “além de isentar o governo de um dos seus principais deveres: investir na educação”.

“Na tentativa de Justificar os cortes feitos na educação, o programa criado pelo governo busca expandir a participação de verbas privadas no orçamento universitário, colocando em risco a autonomia das universidades”, afirmou o líder comunista em sua conta no Twitter.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da Minoria na Câmara, avaliou que o projeto do governo é se descomprometer com o ensino. Com o “Future-se”, as instituições poderão fazer parcerias público-privadas (PPP's), ceder prédios, criar fundos com doações e até vender nomes de campi e edifícios, como em estádios.

“Vende seu patrimônio, bota no mercado futuro, no mercado de ações. Ele (governo) se descompromete, cede a organizações sociais para terceirização da universidade. Ao que parece, toda a lógica de mercado vai prevalecer dentro desta universidade, que terá limitado o acesso e oportunidade à grande massa de jovens do país”, disse.

O vice-líder do partido, deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), avaliou que ainda não está clara qual é a proposta do novo programa para o ensino superior. “Mas uma coisa é certa: futuro ideal seria investir em políticas para garantir educação pública de qualidade para todos”, afirmou.