O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, é esperado nesta terça-feira (2), às 14h, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, para dar explicações sobre as conversas pouco republicanas que teve como o procurador Deltan Dallagnol. O conteúdo delas, divulgado pelo The Intercept Brasil, demonstram que o então juiz conduziu, orientou e indicou testemunhas no processo que condenou o ex-presidente Lula.

“A Câmara recebe o ministro Sérgio Moro, aquele que "vê e ouve", mas não explica o que o Brasil exige saber: como pode um juiz agir com tamanha parcialidade, fazendo tabelinhas e orientando a acusação? Moro agiu de maneira imoral e ilegal!”, diz Orlando Silva (PCdoB-SP).

O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) diz que o ministro sabe que as mensagens são autênticas. "Ele sabe o que cometeu na Lava Jato. Ele sabe que cometeu crimes. Ele sabe que excedeu da sua missão institucional. Ele sabe, portanto, que deve explicações ao Brasil e que deve explicações à Justiça brasileira. O Sérgio Moro traiu a magistratura federal, ignorou as leis. Moro, portanto, é o principal elemento de fragilização da operação Lava Jato", afirmou o parlamentar.

Para o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), Sergio Moro agiu atropelando a lei e disse esperara que ele não fuja mais uma vez. Após ameaça de ser convocado, o ministro confirmou a presença.

“Se não fugir, como fez na semana passada, Moro vem à Câmara, para explicar suas conversas e atuação nada republicana no atropelo da lei, agora reveladas por @TheInterceptBr . Vamos estar lá. Qual pergunta você faria ao Moro?”, indagou o deputado.

Para a jurista Carol Proner, entre tantas tarefas de resistência democrática, uma das mais importantes é a de não perder a capacidade de espanto e indignação. “Fico espantada com a perversidade do ministro da Justiça, que vai à Câmara dos Deputados mentir mais uma vez para o povo brasileiro”, previu.