No último dia 9, o ministro da Educação, Mendonça Filho, anunciou mudanças nas regras do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Agora, as provas serão realizadas em dois domingos consecutivos de novembro (5 e 12), beneficiando, assim, candidatos sabatistas, que por causa da religião, só podem estudar ou trabalhar aos sábados após o sol se pôr.

A mudança foi feita após consulta pública e muita pressão de parlamentares e líderes adventistas e judeus. Na Câmara, a articulação foi encabeçada pelo comunista Moisés Diniz (AC). Em seu estado, por exemplo, por conta do fuso horário, o tempo de espera dos estudantes sabatistas para iniciar a prova é de 9 horas. Isso acontece porque o horário de entrada para a realização da prova é igual para todos os candidatos, ou seja, 13h, no horário de Brasília, mas os sabatistas só começam a prova após às 19h. Enquanto isso, ficam isolados em uma sala à espera da realização do exame.

Para Moisés, a mudança foi uma conquista importante não só para os sabatistas, mas para os demais estudantes e trabalhadores, que, por ventura, precisem faltar ao trabalho para fazer a prova.

“Quando o sabatista ia fazer a prova, já estava exaurido física e psiquicamente pelo tempo que estava esperando em condições inadequadas. Com isso, acabavam disputando de forma desigual. Então, essa foi uma importante conquista. Mas todos os jovens brasileiros ganham com a medida, pois terão uma semana de intervalo para estudar com mais foco para o exame. Além disso, trabalhadores que precisavam faltar o serviço ou deixavam de fazer a prova poderão participar”, afirma o deputado.

Apesar da mudança anunciada, Moisés Diniz quer que alteração vire lei. Para tanto, o parlamentar apresentou um projeto na Câmara dos Deputados para excluir, definitivamente, o sábado das provas do Enem.

As inscrições para o Enem 2017 ficarão abertas entre os dias 8 e 19 de maio de 2017. O edital com mais informações sobre o exame será publicado até o dia 10 de abril, segundo o MEC.