12 de maio é o Dia Mundial da Enfermagem. A data, este ano, ganha um destaque ainda maior, dada a pandemia de coronavírus que assola o mundo. São esses profissionais que estão na linha de frente, recebendo pacientes infectados, acolhendo e checando suas condições físicas, emocionais e não raro proporcionando os derradeiros cuidados às vítimas da doença.

A data também marca o número de mortes desses profissionais. De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), 98 enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem já faleceram pela doença. Além deles, o Brasil possui mais de 160 mil profissionais de saúde infectados. Desses, mais de 13 mil são enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Os dados estão em constante atualização e são monitorados de perto pelo Cofen por meio da plataforma Observatório da Enfermagem.

Neste dia, parlamentares do PCdoB exaltaram a importância da categoria e reiteraram seu compromisso na luta por melhores condições de trabalho a esses profissionais.

“Obrigada por estarem dando suas vidas para salvar as nossas e as de milhões de brasileiros. Dizem que estamos numa guerra e que quem está fazendo a linha de frente são os profissionais da saúde. Reiteramos o compromisso do PCdoB em lutar para aprovar projetos de lei que ajudem a enfermagem nesse período e no pós-pandemia”, afirmou a líder da bancada do PCdoB, Perpétua Almeida (AC).

A deputada Jandira Feghali (RJ) cobrou a entrega de equipamentos de proteção individual e melhores salários. “Precisamos salvar a vida dos profissionais de saúde. Precisamos protegê-los com EPIs e fazer com que suas demandas ultrapassem a pandemia e continuem na pauta no pós-pandemia”, defendeu.

No Brasil, há mais de 30 anos a categoria vem lutando pela redução de jornada de 30 horas semanais, adequação fundamental para amenizar a sobrecarga e stress. A deputada Alice Portugal (BA) tem sido aliada contundente nessa luta. Para ela, a “enfermagem tem mostrado ao mundo o que significa coragem e competência, muitas vezes sem os devidos equipamentos de proteção”. “E isso tudo somado a baixos salários. São heróis que lutam pela vida e precisam ser valorizados”, destacou.

Para além da saúde

O dia foi marcado por diversos protestos da categoria em diferentes cidades. Em Brasília, perto da Torre de TV, área central da capital do país, enfermeiras seguraram uma faixa com a fala da peça “Os fuzis da senhora Carrar”, de Bertold Brecht, “Os que lavam as mãos o fazem numa bacia de sangue”, na frente de um boneco do presidente da República com as mãos sujas de sangue. Não é o primeiro protesto da categoria. Isso porque, no contexto brasileiro, além da luta contra o vírus, os profissionais da saúde têm se visto na obrigação de combater o discurso da Presidência da República.

Desde o início dos registros dos casos no Brasil. Jair Bolsonaro e parte de sua equipe questiona a gravidade da pandemia e estimula constantemente a quebra do isolamento proposto como regra mundial pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para a deputada Professora Marcivânia (AP), mais que demonstrar a importância desses profissionais, a melhor forma de parabenizá-los, neste momento, “é ficando em casa para que evitemos que a pandemia se espalhe ainda mais”.