Deputados e senadores se uniram em defesa do audiovisual brasileiro. Diante do cenário de desmonte do setor no atual governo, parlamentares protocolaram na noite desta quarta-feira (2) uma Frente em Defesa do Cinema Brasileiro. Foram mais de 250 assinaturas. O objetivo do grupo é debater ações contra a censura e barrar o sucateamento do setor.

Para o deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE), a frente é instrumento importante para barrar o desmonte proposto pelo governo Bolsonaro.

“Há uma preocupação muito grande com a ausência de políticas públicas que apoie esse setor. Nós temos um governo federal, que a partir do presidente da República revela um desconhecimento enorme do país, das aspirações da nossa sociedade, que tem um desprezo com a cultura. Então, nossa expectativa em relação ao governo nessa área é muito ruim. Vamos precisar de uma ampla mobilização. Agora, vamos tentar estabelecer os pontos sobre os quais faremos uma luta mais intensa”, afirmou Renildo.

Desde que assumiu o governo, Bolsonaro e sua equipe têm encapado uma guerra contra a cultura no país. Extinção do Ministério da Cultura, redução orçamentária para o setor, limitação da atuação da Agência Nacional de Cinema (Ancine) na escolha de projetos e a redução do apoio a projetos audiovisuais são algumas das ações tomadas pelo atual governo e que minam o setor.

Estudo realizado em 2014 pela Motion Picture Association na América Latina (MPA-AL) indica que o cinema brasileiro gera mais vagas de trabalho que o turismo. Recentemente, levantamento realizado pela Agência Nacional de Cinema revelou que o setor gera 98.756 empregos direitos e 142.209 indiretos.

São mais 13 mil empresas que compõem esta cadeia produtiva e muitas delas desenvolvem suas atividades no modelo de produção independente, sem qualquer vínculo ou associação com empresas de serviço de radiodifusão de sons e imagens ou prestadoras de serviço de veiculação de conteúdo eletrônico.