Além de ganhar muito dinheiro, a FUP diz quem controla a distribuição passa a ter uma posição estratégica no mercado.

O Brasil, sendo um dos gigantes do mundo em extensão, é um dos maiores consumidores do mundo de diesel e gasolina por realizar praticamente todo o transporte de produtos pelas estradas.

“Agora só falta os americanos adquirirem as refinarias da Petrobras, que não por acaso são as indústrias mais importantes do país, para que o Brasil fique totalmente sob controle dos interesses econômicos e políticos dos Estados Unidos”, diz a entidade em nota no site.

Segundo a FUP, as refinarias americanas já respondem por quase 90% de todo o óleo diesel importado pelo Brasil. E hoje cerca de 25% do óleo diesel consumido no país é importado.

A líder da Minoria na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), diz que a entrega do patrimônio público está escancarada.

“Independente de posição sobre a venda de 35% da BR distribuidora, guardem bem o valor da operação: R$ 8,6 bilhões. Daqui a dois anos me digam qual foi o lucro da subsidiária e aí teremos uma conversa sobre a entrega de patrimônio público a preço de banana”, diz a parlamentar.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) afirou que Bolsonaro entregou, na bacia das almas, a grande empresa distribuidora de combustível do país.

“Não temos mais controle sobre o transporte. Ou seja, em breve, o preço estará na lua e o povo sentirá nas bombas dos postos e no encarecimento das mercadorias”, previu o deputado.

Ação Popular

Com a divulgação pelo Conselho de Administração da Petrobrás da venda de ações da BR Distribuidora, a assessoria jurídica da FUP, dos Sindicatos dos petroleiros e do Sintramico – Sindicato dos Trabalhadores no Comercio de Minérios e Derivados de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro, ingressou nesta quarta-feira 24) com uma "Ação Popular com pedido de tutela de urgência contra a concretização da venda de ações e perda do controle majoritário da estatal relativo à BR Distribuidora".

Com essa venda, as entidades alegam que a petroleira perde o controle acionário, passando a deter apenas 41,25% e entrega a distribuição de gasolina e diesel no Brasil para os Estados Unidos.

Na ação são questionados os “princípios da legalidade, moralidade e eficiência, de matrizes constitucionais”.

As entidades dizem ainda que a privatização “afeta de modo contundente o patrimônio e a coisa pública praticamente irreversível ou de difícil reparação, com efeitos concretos extremamente deletérios à sociedade brasileira”.