Deputados, senadores, sindicalistas e representantes de movimentos sociais se uniram na tarde de quarta-feira (9), na Câmara dos Deputados, para o lançamento da campanha “O Petróleo é do Brasil”. O ato, promovido pelas frentes parlamentares mistas em Defesa da Petrobras e da Soberania Nacional, tem por objetivo articular diferentes setores da sociedade para anular as recentes ações do atual governo, que tem entregado o petróleo e o pré-sal brasileiros a grupos estrangeiros por preços irrisórios.

Para a presidente da nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), esta é a ação mais importante que ocorre no Parlamento nesse momento, pois “visa barrar uma agenda de desmonte do Estado brasileiro”. Segundo Luciana, o golpe vivido pelo Brasil, desde o impeachment fraudulento da presidente Dilma Rousseff, tem o objetivo claro de interromper um projeto de país mais democrático e popular e “submeter o povo a um projeto de Estado mínimo, enquanto vende tudo”.

“Eles estão destruindo políticas de Estado que passaram por diferentes governos. Quando a gente conseguir mensurar o que eles estão fazendo vamos ver o impacto para as futuras gerações. Estamos sendo obrigado a voltar a defender bandeiras de 50, 60, 70 anos atrás. Precisamos avançar. E para isso, precisamos ganhar as ruas”, disse Luciana.

Durante o evento foi lançado o manifesto da campanha. O documento foi lido pelo cientista Guilherme Estrella, ex-diretor da Petrobras e principal responsável pela descoberta do petróleo na camada do pré-sal. Estrella é um dos maiores lutadores pela soberania energética do Brasil e enfatizou, na leitura do documento que “a Petrobras está sendo submetida a um processo de destruição, com graves prejuízos aos mais pobres, como o fim de investimentos de recursos do setor em educação e saúde”.

Investimento em saúde

O ato contou ainda com a adesão do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Com as investidas do governo contra a Petrobras, o setor será prejudicado, visto que receberia recursos dos royalties do pré-sal. De acordo com o presidente do CNS, Ronald dos Santos, não há dúvidas que “a entrega do pré-sal trará consequências dramáticas na vida do povo”.

“O Sistema Único de Saúde (SUS), que se fortaleceria com a aprovação dos recursos dos royalties do pré-sal destinados à saúde, enfrenta agora a perversidade da Emenda Constitucional 95/2016, que retira esses recursos e sequestra o nosso futuro. O respeito e defesa da soberania da nossa pátria também serão questões centrais que abordaremos na 16ª Conferência Nacional de Saúde”, afirmou.

O evento contou ainda com participação de parlamentares do PT, PSol, de centrais sindicais, como CUT e CTB, além da Federação Única dos Petroleiros (FUP).