Líderes do PCdoB, PDT e PSB na Câmara dos Deputados anunciaram, nesta quinta-feira (20), a formação de um bloco partidário que atuará conjuntamente a partir da próxima legislatura a ser iniciada em 2 de fevereiro. O objetivo é fortalecer as posições políticas e a ação parlamentar desses partidos que, historicamente, têm identidade. Outras legendas poderão se unir ao bloco, caso se identifiquem com a proposta.

A informação foi divulgada por meio de nota assinada pelos líderes Orlando Silva (PCdoB), André Figueiredo (PDT) e Tadeu Alencar (PSB). No texto, eles reafirmam que farão oposição ao governo eleito de Jair Bolsonaro (PSL-RJ), em conformidade com o resultado e o desejo expresso pelas urnas, na defesa da democracia, dos direitos sociais, dos valores éticos e republicanos e de ideias e projetos em favor dos interesses do Brasil.

“Ser oposição ao próximo governo é o papel que nos foi dado pelas urnas. Vamos representar 60% do povo brasileiro, que é a soma dos que se recusaram a votar no eleito. No Parlamento, vamos apontar os caminhos para o Brasil retomar o rumo do desenvolvimento”, explicou Orlando Silva.

Bolsonaro se mostrou incomodado com a iniciativa. Em seu perfil no Twitter, ele comentou a declaração do líder comunista em tom de ironia. “PDT, PSB e PCdoB confirmam bloco de oposição a Bolsonaro na Câmara. Se me apoiassem é que preocuparia o Brasil”, afirmou o presidente eleito.

O governador do Maranhão, Flávio Dino, respondeu a Bolsonaro pelo Twitter: “Jamais pensamos em tal apoio. Seria um disparate, uma vez que o nosso compromisso é, de verdade, com o Brasil. E não com os Estados Unidos”, disse o governador.

Uma hora depois, Bolsonaro fez nova postagem: “Não darei a eles o que querem! Boa tarde a todos!”.
Orlando Silva respondeu ao comentário no Twitter. “O que “eles querem”? Quem são “eles”? Chega de farsa! Deveria descer do palanque e assumir a compostura de quem vai ser presidente do Brasil”.

Figueiredo também se manifestou condenando a postura de Bolsonaro. “Lamentável o presidente eleito desdenhar de uma oposição responsável no Parlamento. Democracia exige respeito às posições divergentes”.

O PSB também entrou na discussão e rebateu Bolsonaro pela conta do partido no Twitter: “Enquanto nos preocupamos em exercer a oposição de maneira madura e responsável, o presidente eleito faz troça, reafirmando o seu despreparo. O que nós queremos você não tem para dar!”. 

A formação de blocos no Parlamento faz parte da atuação parlamentar. Em outros momentos, inclusive durante os governos de Lula e Dilma, esses partidos já haviam se unido para trabalharem conjuntamente em benefício do país.