A história é repleta de exemplos de superação quando tratamos da discriminação de gênero. O próprio 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é resultado da luta contra o preconceito.

O momento é dedicado à reflexão sobre o quanto ainda temos que caminhar para construir uma sociedade sem discriminação, com direitos iguais, respeito e reconhecimento.

Precisamos, preliminarmente, falar da incompreensão sobre o significado do feminismo, manifestada inclusive por muitas mulheres, que não admitem serem chamadas de feministas.

A esse equívoco, a melhor resposta foi dada por Fernanda Lima no programa "Amor e Sexo": "A gente acredita na igualdade entre homens e mulheres. Para quem ainda não sabe, gente, isso é o feminismo, simples assim!", disse ela.

O ser feminista é, portanto, um molde que deveria vestir todas e todos, pois, apesar dos avanços, muito ainda precisa ser modificado nessa história. O mundo vem assistindo ao surgimento de fortes e amplos movimentos na defesa dos direitos e contra a discriminação.

No Brasil, em 2015, as mulheres ocuparam as ruas protestando contra o projeto de lei do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), que impunha constrangimentos às vítimas de estupro.

Na Argentina, desde que a jovem Lucia Perez foi violentada e morta, em 2016, fortaleceu-se a campanha "Ni una a menos", greves e manifestações se espalharam por vários países.

Nos EUA, em 21 de janeiro, a histórica Marcha das Mulheres contra Trump e os retrocessos nos direitos sociais mobilizou e levou às ruas mais pessoas que a posse do presidente no dia anterior. Movimento de massas só visto durante a Guerra do Vietnã e as jornadas em defesa dos direitos civis.

É com esse sentimento de luta que se organiza para esta quarta (8) uma greve geral contra a intolerância, a sobrecarga de trabalho, os salários inferiores, a sub-representação política e a violência doméstica.

No Brasil esse dia 8 será diferente, será especial. Assistiremos a centenas de paralisações, manifestações, debates e protestos. Motivos não nos faltam, hoje mais do que ontem.

A reforma da Previdência será ainda mais dramática para as mulheres. A exigência dos mesmos 49 anos de contribuição e 65 de idade para se aposentar desconsidera a tripla jornada, os salários inferiores e o prejuízo em suas carreiras pelo simples fato de exercerem a mais nobre de todas as funções da humanidade: a maternidade.

Nós, mulheres, que sentimos a dor diária da discriminação, sabemos que não teremos avanços sem uma forte mobilização. Uma sociedade justa é uma sociedade que respeita as diferenças sem promover desigualdades.

Amanhã é Dia da Mulher, dia de gritar, protestar, dia de parar. Mulheres à luta!

 

*Vanessa Grazziotin é senadora pelo PCdoB do Amazonas.