Deputados do PCdoB criticaram nesta segunda-feira (9) Sergio Moro, após o jornal Folha de S. Paulo noticiar que o ex-ministro do governo Bolsonaro se reuniu com o apresentador Luciano Huck para tentar viabilizar uma aliança mirando a eleição presidencial de 2022.

“O Sergio Moro foi um juiz ladrão a serviço de um esquema ilegal e antidemocrático para fraudar processo político no Brasil. Ele é isso, apenas. Portanto uma biografia manchada de nódoa que não se apaga”, disse o vice-líder da legenda, deputado Márcio Jerry (MA).

O deputado Orlando Silva (SP) também comentou a notícia. Para ele, o jornal Folha de S.Paulo transformou o “centro político” em um conceito “tão largo e gelatinoso, que não significa nada”, ao colocar Moro como alguém moderado.

“Para a Folha, ser de "centro" significa usar os talheres para comer, não defender a tortura em público – só a psicológica, praticada pela Lava-Jato – e não pastar no cercadinho do Planalto diariamente. Agora Sergio Moro, o Savonarola do direito, é considerado “centro”. Onde? O lavajatismo foi o movimento consciente de destruição da política para reinar entre escombros. Moro foi ministro de Bolsonaro, o déspota ruminante que governa o Brasil e é sabidamente fascista. Não sei se é intencional, para isolar Bolsonaro, ou se completa desorientação política. Fato é que a Folha de S.Paulo transformou o "centro político" em um conceito tão largo e gelatinoso que não significa nada”, criticou.

Numa entrevista publicada nesta segunda (9), Moro admite que se encontrou com Luciano Huck e afirma que pessoas "de centro" têm conversado. Ele cita como possíveis "bons candidatos" do que considera "centro", além de Huck e Doria, também o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o general Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro.

Motim no Ceará

Ainda no domingo, Moro gravou um vídeo declarando apoio ao líder extremista Capitão Wagner (Pros), candidato à prefeitura de Fortaleza, apontado como responsável por organizar um motim de policiais na capital cearense em fevereiro deste ano.

Em resposta, o governador Flávio Dino (PCdoB) comentou que Moro “começou muito mal a sua tentativa de se reinventar como referência do centro, após servir a Bolsonaro e dele se servir. Cobram tanto da esquerda, mas com um centro assim fica difícil demais”.