O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou na quarta-feira (7) que quando Bolsonaro lhe colocou para comandar a Pasta ele não fazia ideia do que era o Sistema Único de Saúde (SUS), pois “havia passado a vida sendo tratado em instituições militares”.

A declaração do ministro, feita durante coletiva para o lançamento da campanha do Outubro Rosa, repercutiu negativamente no Congresso Nacional, no momento em que o país ultrapassa os 145 mil mortos pelo novo coronavírus.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) considerou a afirmação uma provocação. “É um verdadeiro escárnio com os brasileiros, com os quase 150 mil mortos e 5 milhões de infectados pela Covid, que o ministro da Saúde diga, sem nenhuma vergonha ou pedido de desculpas, que ‘nem sabia o que era o SUS’. Isso atesta o que se diz: Bolsonaro é genocida!”, publicou o deputado no Twitter.

A deputada Alice Portugal também condenou a declaração. “Absurdo! O ministro da Saúde de Bolsonaro assumiu que "não sabia nem o que era o SUS" antes da pandemia. Sabemos que competência não é o forte desse governo!”, afirmou.

O ex-ministro da Saúde e deputado Alexandre Padilha (PT-SP) ressaltou a importância de checar os currículos dos ministros escolhidos por Bolsonaro, lembrando que alguns nomes escolhidos pelo presidente colocavam informações falsas no documento.

“Uma das informações que a gente encontra no currículo do atual ministro da Saúde é que ele é um especialista em ‘salto livre de paraquedas’. Essa declaração dele mostra que ele caiu de paraquedas no Sistema Único de Saúde”, afirmou o parlamentar.

Para ele, o general Pazuello deveria saber que várias instituições do Exército só existem por conta das parcerias com o SUS, os seus profissionais sendo formados pelo sistema.

“O ministro da Saúde disse que nem sabia nem o que era o SUS. Em plena pandemia que já matou quase 150 mil brasileiros, nós não temos sequer um ministro da Saúde com experiência na área. Isso é um desgoverno!”, criticou o deputado Marcelo Freixo (PSol-RJ).