A ofensiva do governo Bolsonaro contra o meio ambiente continua. Nesta segunda-feira (28), mais um capítulo do desmonte das políticas ambientais foi escrito com a extinção de duas resoluções que delimitavam áreas de proteção ambiental (APPs) de manguezais e restingas do litoral brasileiro. As revogações foram aprovadas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), presidido pelo ministro Ricardo Salles, e que conta com maioria de representantes do governo, após “reestruturação” feita pela gestão Bolsonaro em maio de 2019, que praticamente eliminou a participação da sociedade civil no colegiado, reduzindo de 23 para quatro cadeiras.

Agora, com as revogações, a especulação imobiliária em faixas de vegetação das praias e a ocupação de áreas de mangues para produção de camarão ficam facilitadas. Além disso, o colegiado também derrubou uma resolução que exigia licenciamento ambiental para projetos de irrigação e aprovou uma norma que permite que materiais de embalagens e restos de agrotóxicos possam ser queimados em fornos industriais. Ambientalistas temem que com a nova regra, o material lançado na atmosfera após a queima seja prejudicial para a saúde e o meio ambiente.

Em sua conta no Twitter, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) reagiu à notícia. Para ela, Salles, como prometido na reunião ministerial de abril, está “passando a boiada”. “Urgente! Boiada passando! Com influência de Salles, Conselho do Meio Ambiente revogou resoluções que protegem restinga e manguezais! Lembrando que Salles diminuiu no conselho a participação da sociedade civil! Até agrotóxico poderá ser queimado em forno de cimento. Vamos reagir! É inadmissível que isso fique assim”, destacou a parlamentar em sua conta.