Depois das votações na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no Plenário até a madruga desta quarta-feira (2), a Oposição no Senado conseguiu uma vitória parcial ao derrotar o governo na votação da Reforma da Previdência, derrubando o artigo que criava regras mais rígidas para recebimento do abono salarial.

O Senado decidiu manter o critério atual: pode receber o benefício quem recebe até dois salários mínimos, cerca de R$ 2 mil. A versão da reforma aprovada pela Câmara previa um limite de renda mais restritivo, de aproximadamente R$ 1,3 mil.

Pela proposta original, a economia do governo sobre a população mais pobre deste país baixou em R$ 76,4 bilhões.

Na opinião do senador Paulo Paim (PT-RS), a manutenção do abono foi um alento. “Garantimos a permanência do abono salarial para quem ganha até 2 salários-mínimos (R$ 1.996,00) e, assim, manter o benefício para 13 milhões de pessoas. O governo queria que fosse até R$ 1.364,43”, diz.

Mesmo assim, o senador diz que foi um dia triste. “Ela (reforma) é um dos maiores crimes contra o povo. Todos perderam: trabalhadores, aposentados, pensionistas, idosos, classe média. Acabaram com o direito à aposentadoria. Entregaram a previdência pública ao setor privado”, criticou.

Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) a manutenção do abono representou uma vitória dos mais humildes. “A cada derrota do governo antipopular de Bolsonaro, uma vitória do povo trabalhador e dos mais pobres desse país. Outras virão! Viva a luta!”, escreveu o parlamentar no Twitter.

A sessão, que acabou suspensa, continua nesta quarta-feira (2) com votação de mais destaques.