O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, concedeu, nesta quinta-feira (9), prisão domiciliar a Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). A decisão, liminar, também vale para a mulher de Queiroz, Márcia Aguiar, que está foragida.

Deputados do PCdoB ironizaram a decisão. “A ‘prisão domiciliar’ da esposa foragida deve ser para que ela volte para casa e possa ser presa, né gente? A prisão domiciliar do Queiroz será no Alvorada ou no Wassef?”, afirmou a líder da bancada do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC). 

Vice-líder da Minoria, a deputada Jandira Feghali (RJ) também questionou para onde Queiroz iria. “Vai pra casa de Wassef?”, indagou em suas redes sociais.

Já o deputado Orlando Silva (SP) afirmou que a decisão do STF caiu como uma luva para o clã Bolsonaro. “Uma decisão sob medida para a famiglia Bolsonaro voltar a dormir tranquila. E o Brasil continuar envolto pela nuvem da impunidade”, afirmou.

O parlamentar também exaltou o trecho da decisão que concede prisão domiciliar a uma foragida.

Queiroz está preso desde o último dia 18 de junho no presídio de Bangu, no Rio de Janeiro. Ele é investigado por participação em esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde Flávio Bolsonaro, hoje senador, ocupou cadeira de deputado estadual.

Os pedidos de liberdade de Queiroz e de Márcia chegaram ao STJ no dia 7, após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ter decidido enviar o caso ao tribunal superior.

Coube ao ministro Noronha analisar o tema porque, pelas regras internas do tribunal, o presidente do STJ é o responsável por decidir sobre questões urgentes durante o recesso. O mérito do caso, no entanto, ficará a cargo do ministro Felix Fischer, relator no STJ do caso das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio.