Em 15 dias, a rejeição ao trabalho de Jair Bolsonaro como presidente da República cresceu sete pontos percentuais. É o que aponta a nova pesquisa PoderData, realizada entre segunda (15) e quarta-feira (17). Bolsonaro voltou a atingir o patamar recorde já registrado em junho de 2020 – mas agora num momento mais adverso: sem o auxílio emergencial de R$ 600 (nem benefícios alternativos), com a segunda onda da pandemia de Covid-19 e diante das incertezas em relação ao cronograma de vacinação.

Conforme o PoderData, passou de 41% para 48% o número de brasileiros que consideram o desempenho do presidente “ruim” ou “péssimo”. O grupo que o avalia como “regular” também caiu: eram 22%; agora são 18%. Já os que avaliam a atuação de Bolsonaro como “ótima” ou “boa” caiu de 33% para 31%.

Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o resultado da pesquisa reflete a “percepção da população do desastre no combate à pandemia”.

Bolsonaro sofre os efeitos do término definitivo do auxílio emergencial (agora sentido por todos que recebiam) e as indefinições a respeito de sua prorrogação. Até o fim de janeiro, o governo insistia na interrupção do benefício. Agora, já fala que ele voltará em março, mas não há projeto avançado a respeito. Além disso, diversas cidades anunciaram a suspensão da imunização contra a Covid-19 por falta de doses, em mais uma evidência da incompetência e da negligência do bolsonarismo frente à pandemia.

“A rejeição a Bolsonaro continua a subir e já abarca metade da população, enquanto a aprovação e a avaliação regular diminuem. Chama atenção a tendência: o presidente vai perdendo apoio em todas as camadas da sociedade. #ForaBolsonaro”, pontuou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

A rejeição a Bolsonaro ultrapassa os 50% em todas as faixas de renda acima de dois salários mínimos. Nas demais, a reprovação também está acima dos que consideram o trabalho de Bolsonaro “ótimo/bom”. O desempenho entre os mais pobres piorou na comparação com a última pesquisa.

Quando o PoderData faz uma pergunta simples (“você aprova ou desaprova o governo?”), as variações ficaram dentro da margem de erro (dois pontos percentuais). Os que desaprovam são 49% (eram 48% há duas semanas). Já os que aprovam somam 43% (antes, eram 40%).

Nos recortes demográficos da pesquisa, é possível identificar maior desaprovação a Bolsonaro entre: mulheres (53%); pessoas de 25 a 44 anos ou com mais de 60 (53%); na região Nordeste (54%); pessoas com nível superior (61%) e com renda de 2 a 5 salários mínimos (60%). O PoderData ouviu 2.500 brasileiros, em 457 municípios, nas 27 unidades da Federação.

Ao repercutir a pesquisa, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) afirmou que Bolsonaro é o “pior presidente do mundo” e “vai entrar para o lixo da história”.