A Folha de S.Paulo no domingo (6) revelou que Haissander Souza de Paula, ex-assessor do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, principal envolvido no escândalo, deu depoimento à Polícia Federal (PF) dizendo que o dinheiro desviado pode ter sido usado na campanha de Bolsonaro, em 2018.

No mesmo dia, Moro publicou a seguinte mensagem no Twitter: "O presidente Jair Bolsonaro fez a campanha presidencial mais barata da história. Manchete da Folha de S.Paulo de hoje não reflete a realidade. Nem o delegado, nem o Ministério Público, que atuam com independência, viram algo contra o presidente da República neste inquérito de Minas. Estes são os fatos”.

Em fevereiro deste ano, ao falar sobre o mesmo assunto, Moro afirmou: "Olha, com todo respeito, o tempo de ministros da Justiça que atuavam como advogados de membros do governo federal é coisa do passado. Não cabe o ministro da Justiça fazer esse papel de defesa de situações apontadas em relação a membros do governo”.

"Moro indica ainda ter informações da investigação conduzida sob sigilo pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de Minas Gerais. Ou seja, o ministro tem acesso à informação privilegiada e a divulga, em defesa do presidente que o nomeou, agindo em total violação aos princípios da administração pública, além da legislação em vigor", escreveram os deputados Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Orlando Silva (PCdoB-SP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Paulo Teixeira (PT-SP).

Orlando Silva diz que Moro deu a entender que tem informações privilegiadas sobre a opinião do delegado e do Ministério Público no inquérito do laranjal do PSL. “Ingressamos na PGR, com para saber se o ministro quebrou sigilo do caso”, disse.

“Senhor Sérgio Moro. Como o senhor disse que não houve caixa 2 na campanha do Bolsonaro se o inquérito está em segredo de justiça? O senhor teria violado tal segredo?”, questionou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).