Segundo o governo, a medida visa injetar recursos e movimentar a economia do país, com a liberação de até R$ 35 bilhões para o consumo das famílias.

A expectativa era de que o Palácio do Planalto anunciasse o pacote na quinta, durante cerimônia em comemoração aos 200 dias do governo Jair Bolsonaro. Mas, como a proposta não está totalmente formatada e enfrenta resistências no setor de construção civil, o comunicado ficou mesmo para a semana que vem.

Para os partidos da oposição, no entanto, a opção por liberar o saque do valor das contas ativas e inativas do FGTS e PIS/Pasep é uma demonstração da falta de programa de desenvolvimento econômico para o país.

O líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), avalia que, apesar de ter o aspecto positivo de estimular o consumo, a medida traz preocupações em relação ao futuro do financiamento habitacional para a população de baixa renda e para obras de infraestrutura.

“O aspecto preocupante é a redução dos recursos disponíveis para setores da habitação e saneamento, que têm carências enormes no Brasil e são geradores de emprego; eu vejo com preocupação essa ação permanente de esvaziar recursos do FGTS, são medidas que apenas colocam curativo na ferida, não curam a doença da falta de desenvolvimento e de geração de empregos”, ressaltou o parlamentar, em entrevista ao site Congresso em Foco.

O Ministério da Economia estuda a liberação de até 35% dos recursos das contas do fundo. Além disso, o governo avalia fixar um teto de R$ 3 mil na liberação do saque e analisa a fixação de um percentual de 15% sobre o saldo da conta vinculada.