Bolsonaro e Rodrigo Maia, presidente da Câmara, protagonizaram a mais recente polêmica do governo federal. Um duelo de declarações à distância sobre a articulação da votação da Reforma da Previdência foi a razão do “desentendimento”. Maia é um dos principais articuladores da reforma no Congresso e tem demandado mais empenho do governo para estruturar a base aliada.

A polêmica, que rendeu todo o final de semana, começou na quinta-feira (21). Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, Maia teria telefonado para o ministro da Economia, Paulo Guedes, e avisado que deixaria a articulação após publicação de post do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), com críticas a ele. Em entrevista ao jornal O Globo na sexta, Maia sinalizou que vai esperar o Planalto tomar as rédeas da articulação.

Em contrapartida, Bolsonaro que estava no Chile, em visita oficial, disparou: "O que é articulação? O que está faltando eu fazer? O que foi feito no passado? Eu não seguirei o mesmo destino de ex-presidentes, pode ter certeza disso", disse. "A bola está com ele [Rodrigo Maia]. Eu já fiz a minha parte. Entreguei. E o compromisso dele, regimental, é despachar e o projeto andar dentro da Câmara. Nada falei contra Rodrigo Maia, muito pelo contrário. Estou achando que está havendo um tremendo mal-entendido. O Brasil é maior do que todos nós. O Rodrigo Maia, eu nunca o critiquei, eu não o critiquei. Não sei por que ele de repente está se comportando dessa forma um tanto quanto agressiva", completou Bolsonaro.

Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), as provocações de Bolsonaro a Rodrigo Maia revelam desprezo pelo Parlamento e pela democracia. “O presidente se mostra, dia após dia, despreparado para liderar o Brasil”, afirmou.