Deputados combatem Reforma da Previdência de Bolsonaro
No texto enviado pelo Executivo, no início dos trabalhos legislativos, Bolsonaro antecipou trechos da proposta em análise pela equipe econômica. “Estamos concebendo uma proposta moderna e ao mesmo tempo fraterna, que conjuga o equilíbrio atuarial com amparo a quem mais precisa, separando ‘previdência’ de ‘assistência’, ao mesmo tempo em que se combate fraudes e privilégios”, desconversou o presidente.
Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Bolsonaro tenta iludir a população. “Vão tirar dinheiro de onde nem tem para enganar o povo. A Reforma da Previdência quem paga é o trabalhador mais pobre. Na proposta do governo Bolsonaro, você contribuirá por 40 anos (carteira assinada) para ter acesso ao total da aposentadoria. Muitos trabalhadores brasileiros irão morrer antes de receber o benefício”, avalia Jandira.
Trechos da mensagem presidencial sugerem que a equipe econômica avalia modelos que contemplam uma renda mínima para todos os beneficiários, uma parcela limitada ao valor do teto do sistema previdenciário e a criação de contas de capitalização individuais para quem ainda entrará no mercado de trabalho. A proposta deverá envolver outros itens, como idade mínima e regras para o setor público.
À frente da Bancada do PCdoB na Câmara, o deputado Orlando Silva (SP) criticou a postura de Bolsonaro. “O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, diz que já tem os votos para aprovar a Reforma da Previdência, que ainda nem foi enviada ao Congresso. Típica postura arrogante de quem despreza o poder legislativo e o debate público. Michel Temer não aprovou proposta semelhante. Vão perder de novo! Vamos resistir nas ruas e no Congresso”, afirmou o parlamentar.
A entrega da mensagem presidencial ocorreu durante sessão solene destinada à abertura da 1ª sessão legislativa ordinária da 56ª legislatura do Congresso Nacional. Conforme Orlando Silva, a mensagem é “um panfleto”. “É inacreditável, mas o presidente da República não sai do palanque. O documento tem a estatura do Presidente. E não dá centralidade ao principal desafio do país: retomar o desenvolvimento nacional e a geração de empregos”, destacou o líder do PCdoB na Câmara.