A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou, nesta quarta-feira (11), que os testes da Coronavac serão retomados no Brasil. A decisão acontece depois da polêmica suspensão do estudo clínico da vacina contra a Covid-19, anunciada pela agência na segunda-feira (9), em decorrência de um “evento adverso grave”.

A suspensão dos testes foi celebrada como “vitória” pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o que acirrou ainda mais os ânimos, no momento em que o Brasil ultrapassa as 160 mil mortes pela Covid-19 e o mundo corre para descobrir uma vacina contra a doença.

Antes da Anvisa voltar atrás de sua decisão, na noite desta terça-feira (10), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski deu um prazo de 48 horas para que a agência explicasse as razões da suspensão dos testes da vacina Coronavac, produzida pela chinesa Sinovac com o Instituto Butantan, de São Paulo.

O despacho de Lewandowski atende à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 756 apresentada pelo PCdoB, PT, PSB, PSol e Cidadania no final de outubro. Na ação, os partidos pedem que o tribunal impeça que o governo Bolsonaro pratique atos que prejudiquem o andamento de qualquer pesquisa sobre vacina e também a aquisição dos imunizantes. O caso ainda será discutido no plenário do Supremo.

“O que Bolsonaro fala ninguém escreve ou sustenta, nem a Anvisa. A convocação do Parlamento se mantém. A Anvisa terá que explicar porque entrou nessa linha de politizar a pesquisa. Esperamos que o STF também julgue o caso o mais breve possível. É muito grave essa politização que o governo Bolsonaro vem fazendo em torno da vacina”, pontuou a líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC).

Para o ministro Lewandowski, a Anvisa deve apresentar informações sobre os critérios utilizados para proceder nos estudos e experimentos concernentes à Coronavac, bem como o estágio de aprovação desta e demais vacinas contra a Covid-19.