Deputados engajados na luta contra a intolerância religiosa e o racismo se reuniram nesta quinta-feira (14) na Câmara dos Deputados durante o relançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Tradicionais de Matriz Africana.

Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) destacou a importância do ato ser realizado um dia após a abolição da escravatura completar 127 anos (13 de maio). “O povo negro é uma parcela da população que não possui no Parlamento uma justa representação. É necessária uma articulação de parlamentares e da sociedade para que nós façamos a defesa do estado laico e da liberdade de culto religioso que hoje estão ameaçadas”, afirma o deputado.

O respeito à liberdade de crenças, reconhecendo a diversidade de povos que compõem a brasilidade e constroem a democracia brasileira é marca histórica dos comunistas. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) resgatou a luta pela afirmação dos direitos do povo de santo, citando a figura importante de Jorge Amado (PCB), que foi quem “garantiu na Constituição a liberdade de crença”.

Povos tradicionais são aqueles que, vivendo no Brasil, preservam suas raízes culturais. O tema da Frente Parlamentar tratará da herança rito-litúrgica dos africanos.

O objetivo dos parlamentares é a defesa da liberdade de manifestação de rituais religiosos, hábitos alimentares específicos e a tradição oral expressa nas mais diversas línguas trazidas pelos povos da África.

Combate ao racismo

No mesmo dia, Orlando Silva participou da Comissão Geral com a ministra da Secretaria de Igualdade Racial (Seppir), Nilma Lino Gomes. Na ocasião, o deputado solicitou à ministra que a pasta colabore com o governo no combate ao racismo. Citou, ainda, os debates que estão sendo realizados na CPI que investiga a violência contra o jovem negro, como instrumento de aprimoramento das políticas públicas nesta direção.

"Este é um tema decisivo para que o País possa garantir e fazer valer as leis existentes de promoção dos direitos humanos. O que se faz hoje no Brasil é um verdadeiro genocídio do povo negro”, apontou Orlando Silva.