Deputados do PCdoB criticaram em suas redes sociais a nova alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nesta quarta-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o IPCA subiu 1,25% em outubro, após alta de 1,16% no mês anterior.

No acumulado de 12 meses até outubro, o IPCA teve alta de 10,67%, contra alta de 10,25% do mês anterior.
Para o líder do PCdoB na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PE), é absurda a política econômica do governo Bolsonaro que penaliza duramente o povo.

“Puxada pela gasolina e gás, a inflação ganhou força em outubro, sendo a maior registrada para o mês desde 2002. O percentual chegou a 10,67% em 12 meses, conforme o IPCA divulgado pelo IBGE. Em outubro, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram, especialmente, os transportes em razão da alta dos combustíveis. É intolerável esse caos econômico! Os principais vilões da disparada de preços – sem nenhuma surpresa – foram os combustíveis, que subiram, todos eles, mais de 40%. No caso do etanol, a alta chegou a quase 70%”, afirmou.

Vice-líder da bancada na Câmara, o deputado Orlando Silva (SP) também criticou os números e a política econômica do governo. 

“A inflação não para de subir. Saiu o IPCA de outubro: alta de 1,25%; a soma de 12 meses atingiu 10,67%; 2021 terá inflação de 2 dígitos e já compromete o ano de 2022; diesel e gasolina subiram 40% no ano. Bolsonaro conduz uma ruína econômica jamais vista”, destacou.

Pouco depois de o IBGE divulgar nova alta da inflação, em uma entrevista, Bolsonaro culpou impostos e as medidas de restrição adotadas em diversos estados e municípios para conter a disseminação da pandemia do novo coronavírus pela alta dos preços.

Bolsonaro tem apontado o ICMS cobrado pelos estados e pelo Distrito Federal como principal responsável pela elevação dos preços dos combustíveis, no entanto, não se propõe a debater a política de preços adotada pela Petrobras desde o golpe de Temer em Dilma Rousseff, que estabelece os preços com base na dolarização e na paridade internacional.

"É mais uma mentira de Bolsonaro jogar a culpa nos impostos. O valor do ICMS não tem se alterado. A alíquota é a mesma faz tempo, não há variação. O que tem impactado o preço da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha é a dolarização que se estabeleceu no preço dos derivados de petróleo e a política cambial desenvolvida por Guedes. No Brasil, o preço da gasolina e do óleo diesel acompanha o preço internacional do petróleo. Esse é o fator de aumento. O segundo fator é a política cambial desenvolvida por Paulo Guedes, que com frequência desvaloriza o real. Então, deixa o brasileiro recebendo o salário em real e comprando gasolina e óleo diesel em dólar", explica Renildo Calheiros.