Após o anúncio de mais um aumento no preço da gasolina e do gás de cozinha (GLP), deputados do PCdoB condenaram os constantes reajustes causados pela política de preços vinculados ao dólar autorizada por Bolsonaro.

No final de semana, a Petrobras reajustou o preço do gás e da gasolina em 7,2% para as suas distribuidoras. No final de setembro, a estatal já havia reajustado o preço do diesel em 8,89%. A companhia afirmou que a elevação reflete os patamares internacionais de preços de petróleo e a taxa de câmbio.

"A gasolina nunca esteve tão cara no Brasil quanto agora, no governo de Bolsonaro. Em alguns municípios do Acre, a gasolina está sendo vendida a mais de R$ 9. É o olho da cara, tá pela hora da morte” protestou a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC).

A deputada rebateu as bravatas do presidente Jair Bolsonaro, que insiste em afirmar que a culpa da alta dos combustíveis é do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado pelos Estados.

“Nós estamos no mês 10 e a gasolina já aumentou 12 vezes. Agora eu pergunto, qual Estado aumentou o ICMS 12 vezes? Nenhum. Ele não quer admitir que a culpa da gasolina cara é porque ele permite essa política nefasta da Petrobras, que cobra a gasolina no Brasil em dólar. Por que um brasileiro que ganha um mísero salário mínimo tem que pagar a gasolina a preço de dólar? Quem recebe em dólar no Brasil? Somente os acionistas da Petrobras, que Bolsonaro quer ajudar. Isso é má gestão”, destacou.

Para o líder do PCdoB na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PE), a economia brasileira "está desgovernada por culpa de Bolsonaro, e quem paga o preço é o povo". "A gasolina e o gás de cozinha aumentaram 7% no final de semana. Essa é a segunda alta aplicada pela Petrobras em apenas dez dias", criticou.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também culpou a política do governo pelo descontrole de preços. "O fato é que o preço da gasolina aumentou 42% desde que Bolsonaro assumiu a presidência", ressaltou a parlamentar, lembrando que o ICMS sempre existiu "e continua exatamente o mesmo". Ou seja, não houve qualquer alteração nas alíquotas fixadas pelos governos estaduais.

Em uma rede social, o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) condenou a medida. "Mais um aumento da gasolina e do gás anunciado pela Petrobras. Os itens ficarão 7% mais caro para os brasileiros. E quem paga a conta? O(a) trabalhador(a)! Ninguém aguenta mais essa carestia. #ForaBolsonaro", escreveu no Twitter.

De acordo com os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE, no acumulado nos últimos 12 meses até setembro, a gasolina subiu 39,6% no país e o gás de botijão avançou 34,67%.