Depois de Jair Bolsonaro (sem partido) aconselhar os brasileiros a ‘tocarem a vida’ mesmo com o avanço da pandemia do coronavírus, deputados do PCdoB repudiaram a declaração do presidente.

Para a líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC), a declaração de Bolsonaro "só mostra o que ele de fato é: insensível e irresponsável com a vida humana". "Não tem planejamento, nem estratégia no combate ao coronavírus para frear o avanço da pandemia. É total irresponsabilidade com o momento mais difícil do país. Não é por acaso que o Brasil já é o segundo país com mais mortes no mundo, estando atrás apenas dos Estados Unidos. O terceiro colocado é a Índia onde morreram 40 mil pessoas", disse Perpétua.

O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) afirmou que o presidente age com a "naturalidade de um mensageiro da morte".

Com quase três milhões de infectados e 98 mil mortes confirmadas pela doença, a Covid-19 avança no Brasil sem que o governo federal apresente planos para conter a epidemia e pesquisadores apontam que o país chegará às 100 mil mortes ainda neste fim de semana.

“O estúpido presidente fala sobre 100 mil mortes com a naturalidade de um mensageiro da morte”, disse Jerry, deplorando o comportamento do mandatário.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) lembrou que o país chegou a este estágio de contaminação devido a omissão do governo. "Bolsonaro é sórdido. Estamos chegando aos 100 mil óbitos graças às ações e omissões criminosas de seu governo. Ele diz: "vamos tocar a vida". Como tocar a vida se ele espalha a morte? Como tocar a vida se as famílias não param de prantear entes queridos? #BolsonaroGenocida", afirmou o deputado.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) classificou o governo de genocida e negacionista. "Governo genocida! 100 mil mortos e "vamos tocar a vida"? Você deveria estar trabalhando para salvar vidas e não deixar como está! Irresponsável! Negacionista!", destacou a deputada em suas redes sociais.

A declaração de Bolsonaro foi dada em sua live semanal da noite desta quinta (6). Na ocasião, Bolsonaro disse “lamentar” o número de vítimas, mas defendeu que os brasileiros devem "tocar a vida". "A gente lamenta todas as mortes, vamos chegar a 100 mil, mas vamos tocar a vida e se safar desse problema", disse, ao lado do ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello.