Os deputados Orlando Silva (PCdoB-SP) e Marcelo Freixo (PSol-RJ) apresentaram queixa à Comissão de Ética da Presidência da República contra Tercio Arnaud e pediram sua imediata demissão. Tercio é assessor especial de Jair Bolsonaro na Presidência e foi alvo de uma ação do Facebook, na última semana, que desmontou uma rede de disseminação de fake news ligada à família Bolsonaro. A suspeita é a de que ele operaria os perfis durante o trabalho, no Palácio do Planalto.

Para o deputado Orlando Silva é inaceitável o uso de dinheiro público para financiar a distribuição de informações falsas. “É inaceitável. Tercio Arnaud, na sala ao lado do presidente, com salário pago pelo povo, distribuindo fake news. É um absurdo, é corrupção! Bolsonaro usa dinheiro público para fins eleitorais! O Facebook desmontou essa farsa. Por isso, exigimos a demissão imediata desse farsante”, afirmou o parlamentar ao anunciar o pedido à Comissão de Ética.

Na última quarta-feira (8), o Facebook retirou do ar uma rede de fake news ligada à família Bolsonaro, composta por 35 contas, 14 páginas e um grupo no Facebook, além de 38 contas no Instagram, todos dedicados a divulgar e impulsionar conteúdos falsos sobre política e sobre a Covid-19, para uma audiência de mais de dois milhões de pessoas. Entre os envolvidos estavam funcionários dos gabinetes de Eduardo e Flávio, além de Tercio Arnaud, assessor especial da Presidência da República, apontado como líder do chamado “gabinete do ódio”.

Além dos ataques políticos, as postagens falsas também se dedicavam a divulgar e impulsionar fake news sobre a Covid-19, tumultuando e sabotando o combate à pandemia no país, que já causou a morte de mais de 70 mil brasileiros.