Após iniciar uma campanha para que o presidente Jair Bolsonaro não compareça na abertura da Assembleia Geral da ONU, no próximo dia 24 de setembro, a pesselista Carla Zambelli (SP) causou furor nas redes sociais nesta quarta-feira (18), despertando também nova leva de críticas à postura do governo. Diante da grande possibilidade de protagonizar mais um capítulo vexatório no cenário internacional, deputados teceram apoio ao não comparecimento.

“O Jair Bolsonaro nunca teve, e todo dia comprova, que não tem estatura para a Presidência da República. Na ONU, se for, exporá mais uma vez o Brasil ao ridículo”, afirmou o vice-líder do PCdoB, deputado Márcio Jerry (MA).

Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), Bolsonaro impõem dilemas reais à nação. “O país vive uma situação incômoda essa semana. Se Bolsonaro for à Assembleia da ONU, envergonhará o Brasil diante do mundo dada a sua incapacidade de rimar lé com cré; se desistir, envergonhará pela pusilanimidade. Haverá reação internacional aos seus desmandos. Dilema”, afirmou.

Na última terça-feira (17), Carla Zambelli usou suas redes sociais para lançar uma campanha. No vídeo, de pouco menos de um minuto, ela afirma: “Peço pras pessoas que querem que o Brasil dê certo que me ajudem. A ONU pode esperar. Cuide-se, presidente”, afirmava a aliada de Bolsonaro.

Integrantes do Palácio do Planalto já admitem que o chefe do Executivo pode não comparecer ao evento na próxima semana em Nova York, nos Estados Unidos. Oficialmente, as razões alegadas são apenas restrições médicas. Bolsonaro se recupera de uma cirurgia para correção de uma hérnia, realizada no dia 8 de setembro.

Entretanto, antes mesmo do procedimento médico, alguns assessores avaliavam, reservadamente, que, após polêmicas envolvendo as queimadas da Amazônia, “há um risco político pelas possibilidades de protestos”, informam os jornalistas Jussara Soares e Gustavo Maia, em reportagem publicada no Globo nesta quarta.

*Ascom Márcio Jerry