A luta histórica dos trabalhadores por seus direitos e pela democracia deu início à pauta da semana na Câmara dos Deputados. O Plenário da Casa sediou uma sessão solene alusiva aos 50 anos da greve dos metalúrgicos de Osasco (SP) e Contagem (MG), data comemorada no próximo dia 16 de julho.

Durante a homenagem, parlamentares resgataram a memória da resistência ao autoritarismo, instalado no Brasil a partir do golpe de 1964, e evidenciaram a importância histórica do episódio para a redemocratização brasileira.

Para a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), que sofreu na pele as atrocidades de uma ditadura militar e carrega as marcas da luta, esta é uma excelente oportunidade de evidenciar a relevância dos movimentos e das manifestações sociais.

“Os operários tiveram um rumo. Na batalha contra o arrocho, se envolveram com seus sindicatos para que conseguissem enfrentar as dificuldades. Confiaram na força da classe operária e lutaram contra as mais cruéis perseguições. Esse é o poder legítimo que emana do povo”, salientou.

O ano de 1968 ficou marcado pelo decreto do Ato Institucional número 5 (AI-5), que fechou o Congresso Nacional, censurou os meios de comunicação e ampliou a perseguição política e ideológica à liberdade. Foi também neste ano que eclodiram as maiores manifestações de trabalhadores do país.

A greve de três dias em Osasco e em Contagem entrou para a história como um dos primeiros grandes embates políticos e sociais contra o golpe no Brasil. A deputada Jô Moraes pontuou que a união da classe trabalhadora brasileira deve servir de modelo para o momento vivido atualmente no país.

“É preciso arrancar nas ruas e nas urnas um novo ciclo histórico que impeça a desconstrução da nação e dos direitos dos trabalhadores. Só uma classe operária unida em suas diferentes dimensões pode recuperar a esperança de um novo futuro”, afirmou.

Com informações da Agência Câmara