Em meio ao avanço da pandemia causada pelo novo coronavírus, a avaliação negativa do governo Jair Bolsonaro junto à população chegou ao seu maior patamar desde o início do mandato. Ao mesmo tempo, a avaliação de governadores de todas as regiões do Brasil e do Congresso Nacional tiveram seus níveis de aprovação elevados. Os dados são da última pesquisa XP/Ipespe, divulgada nesta sexta-feira (3).

De acordo com o levantamento, realizado entre os dias 30 de março e 1º de abril com 1.000 entrevistados de todas as regiões do país, a avaliação negativa (“ruim” e “péssimo”) do governo Bolsonaro chegou a 42%, ante os 36% apresentado na edição anterior da pesquisa, realizada há duas semanas.

Já as avaliações positivas (“ótimo” e “bom”) oscilaram de forma descendente para 28%, dois pontos percentuais abaixo do registrado no levantamento anterior. Enquanto o grupo dos que avaliam a atual administração como “regular” também oscilou 31% para 27%. A margem máxima de erro da pesquisa é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), “com um presidente que trabalha com a morte das pessoas, não chega a espantar” a queda da popularidade.

A deputada, junto com a bancada do PCdoB, tem denunciado sistematicamente a insistência do presidente em se comportar como se a Covid-19 fosse apenas uma “gripezinha”, como ele diz. Al[em disso, Jandira lembra que as não-ações do governo podem aumentar o número de mortes pela doença.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) também comentou a pesquisa. Segundo ele, a pesquisa deve ter abalado mais o presidente que o próprio coronavírus. “O que tira o sono de Bolsonaro não é o coronavírus no Brasil. O que azedou o humor do ‘capetão’ é que a XP mediu: de 36% para 42% no ruim/péssimo, afundou para 28% de bom. E quer saber? É só o começo. Logo estará sendo escorraçado pelo povo”, escreveu o parlamentar em sua conta no Twitter.

Já a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) afirmou que o resultado não poderia difernte, visto que Bolsonaro “não protege a população, prega a mentira e não defende a vida”.

Desde o início das ações de combate ao coronavírus no Brasil, Bolsonaro vem diminuindo a importância da doença, fazendo crer que não passa de uma gripezinha. Além disso, tem desautorizado as ações do seu Ministério da Saúde e estimulado a população a voltar ao trabalho normalmente, em nome da economia, contrariando, inclusive, determinações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que continua defendendo o isolamento social como principal mecanismo de contenção na disseminação do vírus.