Vídeos e fotos com crianças chorando, presas em gaiolas, separadas de seus pais, nos Estados Unidos, têm chocado o mundo nos últimos dias. As imagens, publicizadas por organizações não-governamentais, retratam a política de tolerância zero adotada por Donald Trump contra a imigração ilegal. Para o líder do PCdoB na Câmara, deputado Orlando Silva (SP), a medida é “desumana e inacreditável”.

“Meu repúdio a esta postura indigna de Donald Trump, que tem encarcerado crianças e jovens, separando famílias que chegam aos EUA em busca de uma vida melhor. Essas pessoas deviam ser acolhidas, abrigadas, mas longe disso, o que se vê é uma política que separa pais de filhos. É desumano, inqualificável, inacreditável”, afirmou o parlamentar.

Assim como o líder comunista, parlamentares de outras legendas também criticaram a postura do presidente norte-americano e cobraram do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), uma moção de repúdio do Parlamento.

“Essa separação é uma grande violência e as condições em que se encontram essas crianças são desumanas. Gostaríamos que vossa excelência pudesse colocar em votação essa moção para que o Congresso se manifeste diante dessa violação dos direitos fundamentais da pessoa humana”, solicitou o líder do PSol, Ivan Valente (SP). A iniciativa contou com o apoio imediato do PCdoB.

Desde abril, segundo dados divulgados pela imprensa, 2,3 mil crianças já foram separadas de seus pais nos Estados Unidos. A estimativa é que a maioria delas tenha entre quatro e 10 anos. As crianças não possuem camas, apenas sacos de dormir. Os mantimentos são precários, apenas com garrafas de água e sacos de salgadinhos. Além disso, as luzes ficam acessas 24 horas por dia, de acordo com relato do Fundo das Nações Unidas para a Criança (Unicef), que pediu o fim imediato do que chamou de “abuso infantil”.

Apesar das críticas, Trump vinham afirmando incessantemente, via redes sociais, que não iria mudar sua política. No início desta semana, o presidente norte-americano chegou a dizer que não permitiria que seu país se tornasse um “campo de imigrantes”. No entanto, após a crise instalada em seu governo por conta da política, Trump afirmou nesta quarta-feira (20) que irá assinar uma ordem executiva, que equivale a um decreto presidencial, para manter as famílias “unidas”.

“Nós vamos manter as famílias unidas, mas temos que fortalecer nossas fronteiras. Temos que manter a linha-dura, ou nosso país será invadido por pessoas que não deveriam estar no nosso país, pelo crime, por todas as coisas que não queremos”, declarou Trump à imprensa.

Para a vice-líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), as ações de Trump mostram o “retrato de um capitalismo doentio, que adoeceu a humanidade”. “São crianças separadas de seus pais. Tratadas como se seres humanos não fossem. Não é possível que o mundo não reaja a esse grau de preconceito, violência dos EUA”, afirmou.