“A partir de agora, vamos fazer obstrução. Inclusive em sessões do Congresso. Se eles não recuarem, não vamos deixar nem votar o Orçamento [de 2018]", informou o líder da Minoria, José Guimarães (PT-CE).

A orientação é não marcar presença no Plenário para não garantir o quórum necessário para votação. A estratégia será mantida até que o governo desista de pautar a Reforma da Previdência. Nesta terça-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que colocaria o tema em discussão esta semana para votar a PEC 287 até o dia 19.

Líder do PCdoB na Câmara, a deputada Alice Portugal (BA) rebateu ainda os argumentos utilizados pelo governo para tentar conseguir apoio à proposta. Em sua propaganda, Temer e sua equipe econômica têm tentando vender a ideia de combate a privilégios e preservação do direito do trabalhador. “É tudo mentira! Essa reforma não ataca privilégios, ela penaliza os trabalhadores. Temer gasta milhões em propaganda para mentir. Servidor já paga 14%, trabalhadores rurais não ficaram de fora. Enquanto isso, empresários circularam livremente nesta tarde na Câmara para comprar votos a favor desta reforma”, denunciou.

O pedido de Temer a empresários já havia sido noticiado mais cedo. “A ideia é afastar do deputado o temor de que o trabalhador será prejudicado”, disse o empresário Fernando Figueiredo, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

Enquanto isso, no hall da Taquigrafia da Câmara, um dos acessos ao Salão Verde, um grupo de agricultores entrou no oitavo dia de greve de fome contra a Reforma da Previdência. “Essa luta simbólica está se espalhando pelo país. Já temos notícias de pessoas em alguns estados que já aderiram à greve de fome. Olha a que ponto o trabalhador precisou chegar. Por isso, vamos obstruir os trabalhados para garantir a votação da Previdência seja suspensa ou derrotada”, disse Jandira Feghali.