Em meio à maior crise política da história do Brasil, o Congresso insiste em discutir, ao mesmo tempo, temas cruciais para o país sem o envolvimento da sociedade. A cada dia que o corrupto Michel Temer permanece na Presidência da República, mais direitos são defenestrados. Não podemos mais permitir.

A Reforma Trabalhista, que foi aprovada e sancionada nesta semana, rasga 117 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para favorecer empresários em detrimento dos trabalhadores. O objetivo é precarizar as relações trabalhistas de forma ainda mais radical do que a terceirização também sancionada. É quase o retorno da escravidão.

Em agosto, a base governista tentará atropelar mais uma vez para aprovar uma reforma política antidemocrática. A proposta quer excluir do Parlamento partidos, como o PCdoB, que têm história e papel estratégico na luta política. Se essa ideia vingar, a sub-representação das ditas minorias, como negros e mulheres, será amplificada.

A Bancada do PCdoB está mobilizada para impedir a desfiguração do sistema eleitoral por meio do avanço de modelos como o Distritão e Distrital Misto, que enfraquecem os partidos com tradição democrática.

O momento é de garantirmos a saída de Temer para dar um basta à crise. A rejeição da denúncia contra o presidente na Comissão de Constituição e Justiça é um resultado artificial. Doze deputados foram substituídos no colegiado para assegurar o placar. Trocaram emendas e benesses por votos em negociações promíscuas numa tenda montada no Palácio do Planalto. No plenário, entretanto, aprovaremos o andamento do processo no dia 2 de agosto.

O parlamento tem de se redimir da pecha da inércia, da displicência e do compadrio corporativo diante da corrupção presidencial revelada aos olhos da nação brasileira. Se a Câmara rejeitar a autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue o presidente, esta Casa estará marcada indelevelmente por uma mancha que permanecerá por gerações de brasileiros.

O país precisa voltar à normalidade democrática. A aprovação da PEC das Diretas é um caminho inexorável para acabarmos com essa política minúscula. Temos que devolver ao povo a condução dos destinos do Brasil. Até o final de julho, temos o recesso parlamentar. É uma oportunidade de reforçarmos nossa mobilização, pressionando deputados nos seus respectivos estados. Lutaremos até o fim para que Temer saia daquela cadeira, que ocupou por meio de um golpe contra a democracia.
#ForaTemer. #DiretasJá.

*Deputada federal pela Bahia e líder do PCdoB na Câmara.