Às vésperas do prazo limite da legislação eleitoral, o governo Bolsonaro liberou entre os dias 13 de junho a 1º de julho, R$ 6,6 bilhões em emendas do relator. O montante representa 99% de todos os pagamentos prometidos este ano. O chamado orçamento secreto não permite a transparência com o gasto do dinheiro público, pois não se identifica o parlamentar que é autor da indicação dos repasses.

Proporcionalmente, Roraima e Alagoas, este último estado base política do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), foram os mais beneficiados com essa farra do dinheiro público. Os cinco que mais receberam verba do orçamento secreto foram Minas, Maranhão, Bahia, Roraima e Alagoas.

Dados levantados pelo UOL no sistema Siga Brasil, do Senado, revelam ainda que o governo empenhou, ou seja, comprometeu-se a pagar, R$ 7,4 bilhões em emendas de relator no período.

O UOL ressaltou que pelas regras eleitorais, os empenhos e pagamentos precisam ser feitos até 2 de julho, três meses antes do primeiro turno das eleições.

Esse uso da máquina pública para beneficiar Bolsonaro foi considerado mais um escândalo. O vice-líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Daniel Almeida (BA), disse que o discurso contra corrupção e as promessas de transparência do governo Bolsonaro ficaram em 2018.

“Após vencer as eleições, Bolsonaro revelou que transparência e honestidade não são o forte do seu governo. Quase todo o orçamento secreto liberado às vésperas das eleições. Por quê? Pra quem? Pra quê?”, indagou o parlamentar.

“Orçamento secreto infelizmente ainda existe, o que não é secreto mais é o destino fraudulento dele. Vou continuar lutando contra essa vergonhosa corrupção institucionalizada”, criticou o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA).