A Polícia Federal (PF) concluiu que Bolsonaro cometeu crime ao associar a vacina contra Covid-19 à Aids. No relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a polícia diz que a relação feita pelo presidente é falsa e desestimulou espectadores a tomarem vacina. O Código Penal estabelece até seis meses de prisão para quem faz incitação ao crime.

Responsável pelo caso, a delegada Lorena Lima Nascimento solicitou autorização do STF para indiciar Bolsonaro e o ajudante de ordens tenente Mauro Cid, que o ajudou a produzir o material. O falso documento foi divulgado numa live no dia 21 de outubro do ano passado.

Na ocasião, o presidente negacionista disse que “uma comparação de relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugere que os totalmente vacinados estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido do que o previsto”.

O governo do Reino Unido desmentiu que seus relatórios oficiais estariam fazendo essa associação entre Covid-19 e Aids, conforme propagou Bolsonaro. E comunicou que a notícia falsa foi publicada no site conspiracionista beforeitnews.com, que publica mentiras contra a vacina.

Além de pedir autorização para tomar o depoimento do presidente, a polícia afirmou que pode haver conexão da falsa associação com o inquérito que apura vazamento de informações para desacreditar as urnas eletrônicas.

Repercussão

No parlamento, houve a cobrança para que o presidente seja indiciado. “A própria Polícia Federal diz que Bolsonaro cometeu CRIME ao associar a vacina contra a Covid à AIDS. Falta o que para a Procuradoria Geral da República ter a dignidade de honrar com sua OBRIGAÇÃO CONSTITUCIONAL? Os coniventes de hoje serão julgados como cúmplices amanhã”, postou na rede social o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).