Apesar do avanço nos níveis de pobreza do país, o presidente Jair Bolsonaro não tem adotado ações efetivas para acelerar processos de concessão de benefícios sociais. Hoje, três milhões de brasileiros estão nas filas do Bolsa Família e para obter benefícios previdenciários do INSS.

Esta dificuldade de acesso a programas sociais aumenta o drama das pessoas afetadas pelas consequências da pandemia de Covid-19, a pouco mais de um mês do fim do auxílio emergencial. A situação é cada vez mais preocupante. Segundo estudos do pesquisador Marcelo Neri, da FGV, a pobreza já atinge 27,7 milhões de brasileiros, o equivalente a 13% da população. Em 2017 eram 11,2%.

Para o líder do  PCdoB na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PE), os brasileiros enfrentam um momento muito difícil, porque "temos um despreparado na presidência da República, incapaz de governar com decência o país e de levar o Brasil pelo caminho que nós precisamos retomar".

"O mundo ainda enfrenta uma pandemia. Uma quantidade enorme de pessoas morrem todos os dias. O presidente enfrentou a pandemia do lado do vírus e não do lado da população. O tempo inteiro tratou a covid com descaso, como se ela não fosse nociva, não matasse, não deixasse sequelas", observou.

Em comentário feito domingo (12) no Twitter, o deputado disse que Bolsonaro tratou a crise sanitária de forma irresponsável, incentivando aglomerações e combatendo o uso de máscaras, "quando chefes de estados de outras partes do mundo pregavam responsabilidade, como isolamento social".

Na avaliação do líder, a mesma conduta foi adotada no que diz respeito à gestão econômica, entregue ao ministro Paulo Guedes (Economia), que está mais preocupado em "vender tudo que é patrimônio público". "Você não vê o Paulo Guedes falar de outra coisa. Ele não fala sobre geração de emprego, de oportunidade, de medidas que favoreçam o setor produtivo, para que se gere mais emprego. Que fortaleça o empreendedorismo. Que apoie as micro e as pequenas empresas. Nada disso", apontou.

"O Guedes é homem dos banqueiros, do sistema financeiro, um homem que passou a vida inteira tentando desorganizar o serviço público e a ele foi dado o comando do governo", criticou Calheiros.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também usou uma rede social, para denunciar o descaso do governo Bolsonaro com os rumos do país e o drama social dos mais vulneráveis.

"A pobreza avança, a vulnerabilidade aumenta. 3 milhões de cidadãos esperam acesso a programas sociais. Governo não consegue reduzir fila, a pouco mais de um mês do fim do auxílio emergencial. Sem projeto, sem perspectiva. Uma tragédia social", escreveu no Twitter.