A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas rejeitou, na quinta-feira (7), o bloqueio norte-americano a Cuba. Em mais uma votação por dilatado placar, 187 votos contra 3, a ONU repudiou o criminoso embargo e aprovou a “necessidade de se pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”.

Além dos EUA, votaram contra a resolução que condenou o embargo os governos de Israel e do Brasil. Com esse posicionamento, a tradição da diplomacia brasileira é rompida e o governo Bolsonaro segue em sua atitude de alinhamento automático à Casa Branca.

A submissão de Jair Bolsonaro (PSL) ao presidente norte-americano, Donald Trump, foi criticada pelas deputadas comunistas Jandira Feghali e Perpétua Almeida.

“Absurdo o Brasil votar, pela primeira vez em 27 anos, em apoio ao bloqueio econômico de Cuba. Só confirma a submissão abjeta aos EUA. E ainda se isolou, visto que só votaram neste caminho também EUA e Israel”, disse a líder da Minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que é membro titular da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, lembrou que o Brasil nunca votou a favor do bloqueio que os Estados Unidos impõem a Cuba.

“Covardemente votou hoje. Mesmo pegando rasteira do governo Trump, no caso da OCDE e embargo da carne, Bolsonaro rasteja e humilha a diplomacia brasileira, antes admirada internacionalmente”, escreveu a parlamentar nesta quinta em sua conta no Twitter.

Desde 1992, a Assembleia Geral da ONU tem aprovado com crescente maioria e sempre com o voto do Brasil a resolução apresentada por Cuba, que exige o levantamento do criminoso bloqueio que os EUA impõem ao país há 60 anos.

Colômbia, Ucrânia e Moldávia se abstiveram.