O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) criticou o oportunismo de Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional, que esteve em São Luís nesta quinta-feira (27) para visitar o Residencial José Chagas, como se as obras fossem uma conquista do governo Bolsonaro. Os apartamentos foram inaugurados no início do mês pelo governador Flávio Dino (PCdoB), a partir de recursos oriundos do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, em parceria com a então presidente Dilma Rousseff (PT).

“Essa viagem proporcionou cenas de oportunismo explícito do ministro Rogério Marinho, que quis colar placa de Bolsonaro em obra realizada com recursos do ‘Minha Casa, Minha Vida’ assegurados pela ex-presidenta Dilma e executada pelo governador Flávio Dino. Que coisa feia”, disse o deputado.

A viagem de Rogério Marinho segue o “ritmo de campanha” adotado por Jair Bolsonaro nas últimas semanas. Editorial do jornal O Estado de S. Paulo, publicado no início de agosto, alertou para a nova estratégia do presidente, que está tentando “capitalizar medidas aprovadas pelo Congresso, muitas das quais foi contra, e obras iniciadas em gestões do PT”.

O jornal afirma ainda que “embora o foco seja o Nordeste, tradicional reduto eleitoral petista e pelo qual [Bolsonaro] quer avançar já com vistas à reeleição, a meta é passar por diversos Estados”.

Um dos principais opositores ao bolsonarismo, o governador Flávio Dino disse ao jornal Folha de S. Paulo que as visitas do atual presidente ao Nordeste têm como objetivo “recuperar a popularidade perdida no Sudeste.”

“Nitidamente, ele está querendo compensar no Nordeste o que perdeu no Sudeste. Penso, contudo, que só conseguiria isso se fizesse mais do que simplesmente inaugurar obras dos governos Lula e Dilma. [Bolsonaro não apresenta] nenhum programa novo. Ele só está visitando obras alheias e mudando nome de programas já existentes”, afirmou o governador do Maranhão.

Na visita ao residencial José Chagas, o ministro Rogério Marinho levou a tiracolo o senador Roberto Rocha (PSDB) e os deputados Edilázio Júnior (PSD) e Hildo Rocha (MDB), três opositores de Flávio Dino que não tiveram nenhuma relação com a obra inaugurada pelo governador com apoio da gestão petista.