O governo Bolsonaro retomou esta semana sua proposta de privatização das universidades. Trata-se do Future-se, programa defendido em 2019 pelo Ministério da Educação, e amplamente criticado por entidades ligadas ao setor e no meio político. Um projeto de lei com a proposta foi encaminhado ao Congresso Nacional.

Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), a proposta é um “absurdo” e haverá luta para derrubá-la no Congresso. “Em plena pandemia, o governo quer retomar seu projeto de privatização das universidades. O Future-se fere o princípio da autonomia universitária. É um grande retrocesso para a educação brasileira. Iremos trabalhar para derrotá-lo”, afirmou.

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) também criticou a proposta. Segundo ele, esse projeto não serve para as universidades. "Isso já foi discutido, mas o Ministro da Educação insiste em encaminhar um projeto que tira a autonomia das universidades. Mas não podemos esperar credibilidade de um ministro que tem falas fascistas e que desrespeita a Constituição e as maiores autoridades brasileiras, ao chamar os integrantes do STF de "vagabundos". Agora, ele deve prestar esclarecimentos às autoridades sobre suas falas absurdas e preconceituosas, que desrespeitam a Constituição. É uma vergonha nacional", afirmou o parlamentar em referência às falas de Weintraub durante a reunião ministerial do dia 22 de abril publicizada na última semana.

O Future-se é uma iniciativa do MEC que visa a reestruturação do financiamento do ensino superior público, ampliando a participação de verbas privadas no orçamento universitário.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) também criticou o envio da proposta. Para o presidente da entidade, Iago Montalvão, a atitude demonstra a “inversão de prioridades” do governo Bolsonaro.

“Inacreditável. No meio da maior crise sanitária que o mundo viveu, com mais de 20 mil mortes no Brasil, as universidades com aulas suspensas e uma série de dificuldades, o MEC resolve encaminhar o projeto do Future-se para a Câmara. Que inversão de prioridades absurda”, afirmou o presidente da UNE.

A historiadora Flávia Calé, presidente da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), também criticou a medida, que chamou de “mais uma investida contra as universidades federais”. “Derrotamos o projeto nos conselhos universitários, agora, derrotaremos no Parlamento!”, tuitou.