A líder da Minoria na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), ridicularizou a ideia: “O governo quer implantar a expressão diplomamata com o filho do presidente”, publicou na rede social.

“O Brasil vive um momento doentio de sua história. Em qualquer outra época, inclusive no Império, o chefe do executivo indicar o filho para uma embaixada seria um escândalo. Hoje é motivo de galhofa de quem se acha rei. Como na droga, depois da euforia vem a depressão. Vão pagar”, disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

Segundo o deputado comunista, na velha política, nepotismo era mascarado. “Na nova política de Bolsonaro, vira política de Estado. “Essas bestas humanas estão humilhando 200 anos de Itamaraty”, lamentou.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), diz que a situação é inusitada pois não há como justificá-la. “Eduardo Bolsonaro não estudou no Instituto Rio Branco, que prepara o corpo diplomático brasileiro, não cursou universidades de prestígio na área de Relações Internacionais, nunca serviu no exterior e tem experiência quase zero na área. Mas papai deu presente”, diz o senador.

Ele ainda provocou o ministro da Justiça, Sérgio Moro, que publicou no Twitter a seguinte mensagem: “O Poder público não é um negócio de família”.

“Pode explicar melhor esse seu conceito à luz de um pai presidente que indica o próprio filho para a Embaixada nos EUA? Ou você também não lembra que escreveu essa mensagem? Ou não confirma a autenticidade dela?”, indagou Costa, referindo ao ministro.

O líder da Oposição na Câmara dos Deputados, Alessandro Molon (PSB-RJ), considerou o convite feito por Bolsonaro ao filho como uma aberração, um atropelo ao Itamaraty.
“Mera coincidência a Embaixada ficar sem titular até Eduardo fazer 35 anos (idade mínima)? Pelo bem do Brasil, Bolsonaro deve separar o governo de sua família”, disse Molon.

“Espero que esse presente do papai não dê briga entre os irmãos (…) Acho que Carluxo poderia ganhar uma embaixada na Arábia Saudita, ele tem o perfil. Só o Flavio Bolsonaro que não pode, porque tem muita coisa para responder aqui no Brasil”, ironizou o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).