Em entrevista ao Portal UOL nesta sexta-feira (5), o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) considerou “muito forte” a declaração do pré-candidato a presidente Ciro Gomes contra a maioria dos deputados federais do PDT que votou a favor da PEC dos Precatórios. O ex-ministro suspendeu a sua pré-candidatura até que os parlamentares revejam suas posições na próxima votação, em segundo turno, na terça-feira (9).

A pretexto de abrir uma brecha no Orçamento para pagar o Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família, o projeto promove um calote de R$ 90 bilhões nos estados, municípios e professores. 

“Na minha percepção a chance é grande de reverter a posição de deputados do PDT e mesmo do PSB”, disse ele para a apresentadora Fabíola Cidral e os colunistas Josias de Souza e Leonardo Sakamoto.

Além de resolver os problemas nos partidos de esquerda, o vice-líder do PCdoB na Câmara diz que é preciso avançar nos deputados do PSDB do qual apenas a bancada de São Paulo votou contra a PEC.

“Na minha impressão partidos como DEM e o PSDB, que se colocam numa posição de independência em relação ao governo, nós temos um espaço para avançar. Nós vamos trabalhar muito até terça-feira para reverter votos. É possível derrotar esse absurdo”, disse.

Fake News

Relator do projeto de lei das Fake News, o deputado disse que as plataformas não podem criar um sistema de censura privada e nem dar tratamento diferentes aos usuários. “Mas também não podemos prescindir da colaboração delas na moderação de conteúdo”, disse.

De acordo com ele, a moderação de conteúdo das plataformas deve existir, é necessária para combater desinformação. Mas há que existir o devido processo, em que o usuário tenha direito ao contraditório e ampla defesa.

“Vamos exigir que as empresas tenham representação legal no país. Não é razoável que empresas que prestam o mesmo serviço, uma delas tenha obrigação com a lei brasileira e outra não. Isso fere até a concorrência”, defendeu.