Um ato suprapartidário pelo desbloqueio do orçamento das universidades federais reuniu nesta quarta-feira (22), na Câmara dos Deputados, parlamentares de sete partidos e reitores das universidades federais brasileiras.

A Bancada do PCdoB na Casa foi representada pelas deputadas Jandira Feghali (RJ) e Perpétua Almeida (AC) e o deputado Orlando Silva (SP).

O evento, promovido pela Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais e pela Associação Nacional das instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), teve como objetivo chamar a atenção para os cortes orçamentários que as universidades federais estão enfrentando por parte do governo Bolsonaro.

Segundo o presidente da Andifes, Marcus David, a situação enfrentada pelas universidades federais de todo o país é grave.

“Em 2019, o orçamento discricionário das universidades foi de R$ 6,2 bilhões. O orçamento aprovado para 2022 é de R$ 5,3 bilhões. Isso representa 15% em valores nominais e, quando consideramos o efeito inflacionário do período, a perda se aproxima de 30%”, denunciou.

Para Jandira Feghali, é urgente mudar este quadro de desmonte das universidades federais com a recomposição do orçamento das instituições. “É preciso garantir o desbloqueio dos recursos, pois a situação das universidades é desesperadora”, afirmou.

“É impossível pensar o Brasil com desenvolvimento, soberania, produção científica e incremento das atividades de pesquisa sem pensar no fortalecimento das universidades”, completou a parlamentar.

O deputado Orlando Silva fala sobre a importância que teve a realização do ato pelo desbloqueio do orçamento das universidades neste momento.

“Não há possibilidade de desenvolvimento do Brasil sem ter universidade, sem polo de produção de pesquisa e desenvolvimento, ciência e tecnologia. Não há possibilidade de desenvolvimento nacional sem garantir o financiamento e a capacidade instalada das nossas universidades”, disse.

Corte de verbas

Em 27 de maio deste ano houve o bloqueio de 14,5% no orçamento. Já em 3 de junho, houve a reversão de 7% desse bloqueio. E, em 9 de junho, houve um remanejamento de 3,2% dos recursos ainda bloqueados.

De acordo com a Andifes, as instituições sofrerão uma perda de R$ 220 milhões em recursos que serão remanejados para outros órgãos para pagamento de despesas obrigatórias. Este cenário pode trazer graves consequências às universidades e institutos federais, afetando diretamente as atividades de ensino, pesquisa e extensão.