O Brasil vive uma semana histórica. A Câmara dos Deputados tem o dever de acatar imediatamente a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) para que o impostor Michel Temer seja retirado do poder e o país supere a crise.

É gravíssimo o fato de Rodrigo Janot acusar o golpista por corrupção passiva no Supremo Tribunal Federal (STF). A conversa flagrada com o delator premiado Joesley Batista ocorreu no subsolo de prédio público, oficial, o Palácio do Jaburu. Os crimes envolvem também obstrução de justiça e prevaricação. É uma desnaturação da instituição Presidência da República e, acima de tudo, desrespeito, escárnio com a nação brasileira.

O procurador-geral da República não está denunciando Temer ao STF por questões administrativas, como as chamadas “pedaladas fiscais”, usadas como justificativa para cassar a presidenta eleita Dilma Rousseff. O crime tem natureza penal. Há mala de dinheiro e valores na conta bancária. É a primeira vez que um presidente é acusado de crime comum no exercício do mandato. E devem vir pelo menos mais duas denúncias, inclusive por participação em organização criminosa.

O Supremo tem de julgar o réu. Ele tem de sair do Palácio do Planalto para retomarmos a normalidade institucional e aprovarmos as Diretas Já (PEC 227/16) em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

A base governista fará de tudo para retardar o processo. Juntamente com líderes da Minoria, defendemos que não haja recesso em julho. É importante que a voz das ruas grite Fora Temer e Diretas Já na greve geral desta sexta-feira (30) e que se intensifiquem as mobilizações populares. Faça pressão. Procure o seu deputado pessoalmente, por e-mail ou telefone para que ele vote a favor da denúncia. Essa votação tem de ser no domingo, transmitida em TV aberta, para que o povo saiba como votou cada parlamentar.

Derrotar o presidente provisório é sepultar as reformas draconianas que arrebentam com a aposentadoria e com os direitos trabalhistas. Temer tenta ganhar fôlego aprovando a Reforma da Previdência que, na cabeça do golpista, é estruturante. Ele quer se apresentar para o mercado, como alguém competente, mas na verdade representa a crise econômica e o desemprego.

Enfrentamos um momento difícil e tenso, mas é hora de altivez e de luta. Nós do PCdoB reforçamos o convite para a batalha das ruas. Temos de fazer coro que reverbere dentro da Câmara. Faremos obstrução total a qualquer outro projeto. Não nos interessa votar nada antes da saída de Temer. #ForaTemer #DiretasJá.

*Deputada federal pela Bahia e líder do PCdoB na Câmara.