O presidente Bolsonaro vetou a ampliação do auxílio emergencial de R$ 600 para diversas categorias de trabalhadores, entre as quais pescadores, agricultores familiares, assentados de reforma agrária, catadores, taxistas, motoristas de aplicativo, artistas e técnicos de espetáculo.

Congressistas, que aprovaram o projeto no dia 22 de abril, reagiram aos vetos com indignação e prometem derrubá-los.

A líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC), considerou desumano o ato de Bolsonaro e demonstra que se trata apenas de uma retórica sua preocupação com os trabalhadores que estão passando fome.

“Ele deixa de fora do pagamento homens e mulheres que cumprem o isolamento social necessário para conter a pandemia. Trata-se de uma crueldade e covardia contra a população. Vamos trabalhar para derrubar esses vetos”, disse a líder.

“Bolsonaro zomba do povo brasileiro! Vetou pelo menos 50 categorias que passam fome hoje e poderiam receber a renda emergencial! Excluiu garçons, artistas, motoristas de app e até pescadores! GOVERNO QUER QUE MORRAM!”, escreveu a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) no Twitter.

Para o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA), Bolsonaro foi impiedoso com os trabalhadores. “Bolsonaro, o cruel, vetou o auxílio emergencial para várias categorias profissionais que estão com graves dificuldades neste momento. É muita insensibilidade e descompromisso com os trabalhadores. Lutaremos para derrubar estes vetos absurdos no Congresso Nacional”, disse o deputado.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também analisou os vetos como uma crueldade. “Bolsonaro vetou a ampliação do auxílio emergencial para motorista e entregadores de aplicativo, taxistas, ambulantes de praia, pescadores, artistas (…) Cerca 50 categorias sem ter como trabalhar, como comer! O PRESIDENTE É CRUEL!”, postou no Twitter.

Senadores indignados

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacou algumas conquistas como o pagamento para o auxílio a menores de 18 anos que forem mães, mas considerou os inúmeros vetos covardes.

“Vetou a possibilidade de cumular o Bolsa Família, vetou todas as categorias! Vetou o pai sozinho chefe de família, as fintechs, a extensão a alguns trabalhadores com contrato intermitente e as restrições à cessação de aposentadorias e pensões durante a pandemia”, avaliou.

Para o senador, Bolsonaro lava suas mãos em uma bacia de sangue. “Quantos destes trabalhadores e quantas destas famílias sofrerão, além da crise, com a fome e a falta de recursos? Covarde! Vamos lutar pela derrubada desses vetos”, disse.

O senador Humberto Costa (PT-PE) lembrou que o Congresso agiu rápido para resguardar aqueles trabalhadores que estavam sem qualquer lastro nesta grave crise. “Bolsonaro foi lá e empurrou todos eles pra fora”, criticou.

O senador Weverton Rocha (PDT-MA) considerou a atitude do presidente como indigna e sem sensibilidade. “São pessoas que estão sem ter como trabalhar e se alimentar na crise causada pelo coronavírus. São vidas! Vamos trabalhar no Congresso para derrubar esses vetos e fazer justiça com essas famílias”, disse o senador.