A marcha das mulheres indígenas, que entoava slogans como "a Amazônia é nossa, acorda Brasil" e "não à mineração", se encontrou com o grupo formado por estudantes e professores de escolas e universidades públicas na altura do complexo cultural da República.

Formada por mulheres de diversas etnias, a manifestação das indígenas exibia faixas contra Bolsonaro e pela Amazônia. Em Brasília desde domingo (11), elas ocuparam na manhã da segunda a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), no prédio do Ministério da Saúde, em um ato pela “defesa do subsistema de atenção à saúde indígena”.

As manifestantes se juntaram a estudantes, professores, trabalhadores da educação, que participam hoje de mais uma greve nacional em defesa do ensino público.

O protesto ocorre em todo o país, convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), além de outras entidades. Esta é a terceira mobilização nacional pelo setor, desde que o governo anunciou em maio cortes nas verbas da educação.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da Minoria na Câmara, considerou um evento singular o encontro da marcha das mulheres indígenas com o protesto dos estudantes e educadores. Segundo a parlamentar, é a mistura entre os que nos alimentam àqueles que educam o povo brasileiro e os que querem ter direito a estudar.

“Esse é o momento de somar a ciência, a educação, a cultura – nos seus diversos rituais e na sua pluralidade, para dizer que não é possível conviver em liberdade e democracia com alguém que nega a pobreza, que nega o Nordeste, que nega os mortos e desaparecidos políticos da história do Brasil”, afirmou em sua fala. 

Também tiveram início nesta terça as atividades da 6ª Marcha das Margaridas, que reunirá até amanhã (14) mais de 100 mil mulheres trabalhadoras rurais na Capital Federal.