Nesta terça-feira (11), líderes do PCdoB, PT, Minoria, PSol, e do PDT cobraram do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o rito para votação da denúncia por corrupção passiva contra o presidente, Michel Temer. A votação deve ocorrer em 2 de agosto, após o recesso.

“O debate deveria acontecer à similitude do que aconteceu com a presidente eleita. Pedimos que fosse num domingo, para que todos pudessem acompanhar a sessão, mas há resistência na presidência da Câmara. Passamos então a pedir que seja em agosto, porque não queremos dar vida fácil ao presidente ilegítimo, acusado. Queremos que a sociedade participe do debate e cobre de seus representantes o acatamento da denúncia”, afirma a líder do PCdoB, Alice Portugal (BA).

Maia, no entanto, não tem escondido o desejo de apressar o processo. Em coletiva, o presidente da Câmara defendeu que a Casa tome uma decisão “o mais rápido possível” para “retomar a agenda das reformas”.

O debate na Comissão de Constituição e de Justiça e de Cidadania (CCJC) foi retomado nesta quarta-feira (12) e contou com falas de todos os membros, além tempo de liderança e falas de não-membros.

A sessão se prolongou até a quinta-feira. Por 40 votos a 25, o parecer do relator Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) foi rejeitado. “Nós queremos que os partidos possam discutir. Não queremos que isso tudo aconteça no afogadilho. Votar esta denúncia em período de recesso é mecanismo de proteção ao Temer”, critica o líder da Minoria, José Guimarães (PT-CE).

Para o líder do PSol, Glauber Braga (RJ), há uma tentativa clara de blindagem de Michel Temer. “Os mais próximos de Temer querem votar no recesso ou num dia que não é usual para votações no Plenário da Câmara. Isso é muito ruim para o país. Rodrigo Maia está sendo cúmplice dessa estratégia da base de adiantar a votação”, critica.

Mesmo com a rejeição da denúncia na CCJ, a votação segue para o Plenário, onde serão necessários 342 votos favoráveis para que o processo seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal.