A agenda de lutas contra o desmonte do Estado, definida por entidades da sociedade civil para ocorrer no mês de março, recebeu apoio de vários partidos na Câmara dos Deputados.

Os líderes e parlamentares do bloco que forma a Minoria se reuniram, nesta quarta-feira (4), com representantes de Centrais, Federações e Confederações sindicais, além de outros movimentos sociais, para reforçar os protestos e outras atividades marcadas para este mês.

A palavra de ordem do encontro foi a unificação e ampliação das lutas de cada segmento. Os líderes políticos e entidades reafirmaram a disposição de reforçar os atos que visam intensificar a luta contra os ataques do governo Jair Bolsonaro aos direitos sociais e em defesa das instituições e das liberdades democráticas.

Três mobilizações ocorrem no período, marcando a retomada das lutas populares pós o Carnaval. As atividades começam pelas comemorações do 8 de março, do Dia Internacional da Mulher; seguem com protesto dia 14, quando são completados dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco; e convergem para 18 de março, definido como o dia nacional de lutas e paralisações em defesa dos serviços públicos, empregos, direitos e democracia.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da Minoria e organizadora do encontro, destacou os detalhes de organização dos protestos colocados pelos movimentos, ressaltando a importância de “reforçar o eixo de defesa da democracia” nas manifestações. Várias categorias, principalmente as ligadas ao serviço público, aprovaram fazer greve no dia 18.

Com presença de parlamentares e líderes dos partidos de oposição, a reunião contou com dirigentes de mais de 30 entidades, como as Centrais CUT, Força Sindical, CTB, Intersindical, CGTB, CSP-Conlutas, UGT, Pública, Confederações e Federações de trabalhadores no setor público, petroleiros, estudantes universitários e secundaristas, entre outras.

Para a líder do PCdoB na Câmara, deputada Perpétua Almeida (AC), os movimentos sociais precisam voltar às “e tirar da rua aqueles que se movimentam em torno de fake news para destruir o Brasil”. “É importante reforçar esses movimentos que ocorrerão, porque eles são em defesa do País, da nossa soberania”, afirmou.

A deputada ressaltou que defender o servidor público é garantir médicos e enfermeiros nos postos de saúde, trabalhadores da educação e professores nas salas de aulas, entre outros direitos da população brasileira.
“É isso que a gente quer fazer, impedir que Bolsonaro repita o que fez com o país no ano passado – que chegou ao menor ‘pibinho’ do Brasil. Bolsonaro conseguiu, inclusive, ter um PIB menor que o do Michel Temer. É essa a nossa luta”, disse Perpétua.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), vice-líder da Minoria e uma das coordenadoras da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, falou sobre as iniciativas da campanha em defesa dos servidores, por um serviço público de qualidade e contra a reforma administrativa e outras reformas propostas pelo governo que prejudicam a população.

A parlamentar destacou a importância da mobilização para o dia 18, que ganhou força a partir do ato realizado pela Frente na Câmara dos Deputados no dia 12 de fevereiro. “Estamos realmente sedimentando uma grande frente, reunindo sindicalistas, entidades sociais e partidos, em defesa da democracia e dos direitos”, assinalou Alice Portugal.